Os municípios sul-mato-grossenses contribuem para a estatística no Brasil, onde uma em cada trás cidades tem mais aposentados do INSS que trabalhadores com carteira assinada
Deodápolis, Glória de Dourados, Sete Quedas e Vicentina são as quatro cidades de Mato Grosso do Sul onde vivem mais pessoas aposentadas do que trabalhadores formais. O levantamento feito pela CNC (Confederação Nacional do Comércio) a pedido do jornal O Globo foi divulgado neste domingo (21).
Os municípios sul-mato-grossenses contribuem para a estatística no Brasil, onde uma em cada trás cidades tem mais aposentados do INSS que trabalhadores com carteira assinada, que contribuem para o Regime Geral da Previdáncia Social.
Ainda conforme a reportagem do jornal carioca, para especialistas, os números reforçam a necessidade da reforma da Previdáncia, que acaba com as aposentadorias precoces, deixando os trabalhadores mais tempo em atividade. Os entrevistados afirmam que são justamente as aposentadorias precoces que aprofundam o desequilíbrio entre o contingente de pessoas contribuindo para o sistema e o total de beneficiários.
O Globo traz análise que apontam para a falta de dinamismo econômico em cidades onde há mais aposentados que trabalhadores em atividade. Carlos Eugenio de Carvalho Ferreira, chefe da Divisão de Projeções Populacionais da Fundação Seade, afirma que a combinação de áxodo de jovens em busca de oportunidades, retorno de aposentados que procuram segurança e qualidade de vida, alta informalidade da economia e criação de âcidades-dormitóriosâ pode ser uma tendáncia futura.
Neste locais, jovens tám mais dificuldade de encontrar trabalho, porque dependem justamente da renda dos aposentados e tais cidades acabam por oferecer poucas vagas formais. A recuperação econômica desses municípios é mais lenta, conforme os entrevistados.
âOs municípios de aposentados dependem do emprego público. Alguns não tám sequer estrutura econômica para terem se emancipado. í preciso desenvolver a indústria e os serviços nessas cidades. Ou ficam dependentes da descoberta de uma mina de ouro, de um campo de petróleoâ, explicou Clemente Ganz Lúcio, sociólogo e diretor-técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) ao O Globo.
Fonte: Campo Grandenews
2019-04-21 14:40:00