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sábado, 20 de abril de 2024

Seca de mananciais prejudica cinco rios e quebra de ciclo atinge fauna de MS

Perí­odo de estiagem e seca em Mato Grosso do Sul tem castigado o meio ambiente do Estado. Rios, fauna, flora e cidades tem sentido os impactos do tempo seco que dura meses e até atingiu temperaturas desérticas.

Ao todo, 20 cidades abastecidas pela bacia do rio Paraguai correm risco de desabastecimento. Segundo o Coronel Fábio Catarinelli, da Defesa Civil, esta bacia é a mais prejudicada pela seca. 

“Nunca vi o rio Paraguai tão baixo assim […] Para se ter uma ideia, a régua [no rio Paraguai] em Ladário está com – 31 centí­metros”, contou ele ao Jornal Midiamax. 

O rio tem atingido recordes históricos de ní­veis neste ano, chegando a atingir a menor altura dos últimos 47 anos em MS.

Conforme o veterinário Diego Viana, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), flora e principalmente da fauna do Pantanal necessitam de um ciclo de cheias e secas do bioma. 

“Precisam inundar várias áreas, inclusive inundar áreas que posteriormente quando secam vão dar frutos, vai ter a pastagem verde para os animais comerem”, explicou ele. “Com a falta de água esse ciclo não acontece”, finalizou Viana. 

As chuvas dos últimos dias não supriram a escassez hí­drica provocada por “aquela que foi a maior seca dos últimos 22 anos”, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). 

Por conta do risco de problemas no abastecimento, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) decretou por 60 dias situação de emergáncia no Estado.

Cidades atingidas

Catarinelli informou que em alguns municí­pios é feita a captação de água de forma superficial e por isso o ní­vel do rio precisa ser alto. 

As cidades onde a captação é feita direta do rio Paraguai são: Corumbá, Ladário e Porto Murtinho. Já os que compõem a bacia são: Miranda, Jardim e íguas de Miranda, que usam o rio Miranda; Anastácio, que é abastecida pelo rio Taquarussu; Aquidauana pelo rio Aquidauana; e Guia Lopes da Laguna pelo rio Santo Antônio.

O coronel também disse que em cidades com captação de poços também apresentam podem preocupar. São elas: Dourados, Maracaju, Sidrolândia, Caarapó, Rio Verde de Mato Grosso, Amambai, Camapuã, ígua Clara, Bonito, Mundo Novo e Terenos. 

Conforme dados da ANA (Agáncia Nacional de íguas), o Rio Miranda em íguas de Miranda teve uma redução de 23 cm e 40% de redução de vazão nos últimos 90 dias, enquanto o Rio Aquidauana apresentou redução de 50 cm em ní­vel e 50% de redução de vazão no mesmo perí­odo. 

De acordo com o que informou a assessoria da Sanesul, que é responsável pela captação de água nos municí­pios, algumas ações estão sendo feitas para evitar o desabastecimento da população.

Entre elas está o monitoramento constante dos mananciais e informações operacionais. Bem como a implantação de estruturas de contingáncia como, bombas flutuantes para caso a situação venha a se agravar (a exemplo do que foi realizado em Corumbá). 

Além disso implantou novas bombas de recalque de água tratada, em Anastácio, e disponibilizou caminhões pipa em locais com intermitáncia, conforme a demanda.

O coronel da Defesa Civil enfatizou que não há racionamento de águas e sim medidas, como o decreto, para evitar que chegue neste ponto. “Não é para a população entrar em pânico porque não estamos em situação de racionamento de água, mas temos que usar de forma racional”, recomendou. 

A situação dos rios só deve se normalizar quando MS tiver chuvas significativas.

Fonte: Midiamax 

2020-10-21 10:22:00

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