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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Produtores rurais devem ficar atentos a casos de leptospirose bovina com aumento das chuvas

A intensificação das chuvas nesse perí­odo é propí­cia para a proliferação de diferentes microrganismos causadores de doenças, como a leptospirose, que acomete diversas espécies de animais, incluindo os bovinos.

A infecção causa abortamentos em vacas no final da gestação na forma crônica da doença, já na aguda, em bovinos jovens e adultos, ocorrem lesões renais que podem levar í  faláncia renal e í  morte.

De acordo com o médico veterinário Raul Mascarenhas, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), os prejuí­zos para o pecuarista estão associados principalmente ao abortamento.

;Como ocorre apenas ao final da gestação, muito provavelmente a vaca irá permanecer mais de um ano sem produzir leite.

Outro prejuí­zo é a perda do bezerro, que pode ser uma fámea leiteira ou um animal de elevado valor genético;, explica Mascarenhas.

O veterinário ressalta que ao evitar casos de abortamento, o produtor já paga o investimento de um ano em medidas preventivas adotadas.

A leptospirose é causada pela bactéria Leptospira spp, transmitida aos animais pela ingestão de pastagem contaminada ou contato com água ou solo encharcado contaminados.

Em condições de baixa umidade ambiental e incidáncia direta de raios solares, essa bactéria só permanece viva por 30 minutos.

Já em condições de alta umidade e de pH neutro ou levemente alcalino, a Leptospira pode sobreviver por semanas ou meses.

Em meio aquoso, ela é capaz de se locomover até encontrar um hospedeiro, por esse motivo a leptospirose bovina é mais frequente nesta época de chuvas.

O veterinário recomenda fazer o diagnóstico de forma rotineira no rebanho em casos da presença da Leptospira spp nos animais de uma propriedade e também conhecer qual sorogrupo é predominante. Isso é feito por meio de exames de sangue.

;Por que isso é importante? Suponha que ao fazer exames de sangue nos animais, o sorogrupo mais comum encontrado seja o “Icteriohaemorrhagiae”, comum de roedores.

Portanto, os ratos possuem um papel importante na transmissão da doença nesse rebanho.

Ou pode ser que o sorogrupo predominante seja o ;Hardjo;, mais comum de bovinos. Nesse caso, a transmissão da doença ocorre principalmente por meio dos próprios bovinos;, esclarece.

Com essas informações o produtor poderá definir uma melhor estratégia de controle e prevenção. Se o problema for a Leptospira transmitida por ratos, o pecuarista terá que fazer um controle mais eficiente de roedores, mantendo os ambientes limpos de restos de comida, uso de armadilhas, acondicionamento e proteção da ração em depósitos, higienização frequente das instalações, etc.

Se a transmissão estiver ocorrendo entre os próprios bovinos, Mascarenhas aconselha que o produtor foque em medidas que evitem a infecção, como redução e cercamento de áreas alagadas, vacinação e tratamento dos animais.

A vacinação contra a leptospirose não impede a infecção, mas reduz os sintomas. Quando necessária, essa medida de prevenção deve ser adotada no mí­nimo a cada seis meses.

No entanto, dependendo da média mensal de casos de abortamentos no rebanho, essa aplicação deve ser realizada em intervalos menores, a cada quatro ou trás meses.

Além disso, como existe associação de leptospirose com a época chuvosa, é recomendado programar uma das vacinações para um más antes do iní­cio desse perí­odo.

Já o tratamento é feito com a aplicação do antibiótico estreptomicina.

Fonte: Dourados Agora

2021-01-19 09:43:00

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