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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Povos originários de MS são contemplados pelo Governo no turismo, esporte, cultura e cidadania

Fotos: Arquivo Setescc

Bel Manvailer, Setescc

Como forma de prestigiar o Dia dos Povos Indí­genas, a Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania) faz um levantamento dos principais projetos de inserção dos povos originários nas polí­ticas públicas de turismo, esporte, cultura e cidadania do Mato Grosso do Sul.

A transversalidade nas polí­ticas de governo é marca registrada da atual gestão e é de extrema importância para uma integração efetiva da população alvo desses ações adotadas.

No campo do turismo, por exemplo, a Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), com apoio do Sebrae e por meio do programa Trilhar MS, realiza o projeto ;Pontes para o turismo de base comunitária no Mato Grosso do Sul;. 

O turismo de base comunitária pode contribuir para o desenvolvimento econômico e social das comunidades, bem como para a proteção do meio ambiente, além de poder gerar o sentimento de autoestima nas comunidades e nos seus moradores ao oferecer oportunidades para os jovens, valorização dos saberes, entre outros benefí­cios.

O projeto visa fazer uma análise situacional, com mapeamento dos envolvidos nas localidades (comunidades, instituições parceiras, poder público), preparação, trabalho de campo, reconhecimento do território e da situação atual do turismo nessas comunidades.

Iniciado no ano passado, o projeto tem a expectativa de realizar um desdobramento, executando algumas ações ou apoiando a execução de outras necessárias para que os territórios consigam, de fato, receber turistas e gerar renda para suas comunidades.

Isso tudo tem como objetivo ajudá-los a estruturar produtos e realizar alguns famtours (viagens de familiarização) para que agáncias e operadoras de turismo possam conhecer os locais. O diretor-presidente da FundturMS, Bruno Wendling, fala de outras iniciativas além do projeto.

;Já existem iniciativas muito legais acontecendo especialmente em Corumbá. Recebi esses dias a Bela Oyá, primeira agáncia de afroturismo do Estado e que trabalha com as comunidades quilombolas de Corumbá. Um trabalho fantástico e que vamos potencializar ajudando na promoção e no apoio í  comercialização;, destaca Wendling, que completa.

;Entendo que além dos territórios que fomos buscar para desenvolver, estamos abertos a apoiar aquelas iniciativas que já estão em desenvolvimento e que precisam de uma força da Fundação de Turismo, não só na promoção e na comercialização, mas também na estruturação dos produtos”, conclui.

Indí­gena de Mato Grosso do Sul se cadastra em programa do Governo Estadual

O projeto para o turismo de base comunitária de MS inclui as aldeias Moreira, Boa Esperança, Cachoeirinha e Babaçu, ambas Terenas, localizadas a cerca de 40 km de Miranda – uma das maiores populações indí­genas da etnia Terena do paí­s. Além disso, também contempla a comunidade quilombola Furnas de Boa Sorte, a comunidade Paraguai Mirim e a comunidade APA Baí­a Negra.

Diante do contexto local, o objetivo é analisar qual o potencial ou a experiáncia turí­stica da comunidade, fazer uma análise da infraestrutura básica, identificar quais as instituições parceiras, qual o trade turí­stico local e fazer as recomendações para os próximos passos.

Além deste projeto de turismo de base comunitária, existe a expectativa da Rota Gastronômica Comunidades, que deve ser implementada no próximo ano, juntamente com o chef de cozinha Paulo Machado para que ele possa ajudar a desenvolver a rota.

Com o objetivo de evidenciar a gastronomia dessas localidades, pois ela é parte integrante da cultura dos povos originários e também elemento de transformação social, de atração de fluxo turí­stico e de investimentos.

Esporte

Indí­genas de MS mostram medalhas de ouro conquistadas

A Fundação do Desporto e Lazer (Fundesporte) em parceria com as prefeituras de Mato Grosso do Sul realiza desde 2015 o programa ‘Esporte, Lazer e Cidadania para os Povos Indí­genas’, como uma forma de inclusão dos povos originários no acesso í  prática de atividades fí­sicas.

Com a finalidade de diminuir a vulnerabilidade, aumentar os indicadores de saúde e de educação. Além de atingir as esferas das questões de trabalho, sociais, ambientais, qualidade de vida e cidadania.

Realizado por 30 municí­pios, tem o objetivo de promover a prática de atividades fí­sicas e esportivas e integrar os direitos humanos nas comunidades indí­genas do Mato Grosso do Sul. Para isso, foram disponibilizados 100 kits de material esportivo que foram distribuí­dos nas 97 aldeias.

O programa conta com o apoio de 24 profissionais de Educação Fí­sica que auxiliam na realização das atividades esportivas e de lazer nas comunidades indí­genas. Além disso, 51 agentes indí­genas de esporte e lazer foram capacitados para atuarem como multiplicadores das atividades propostas pelo programa.

O professor de atletismo, Miller Borvão Samorio, relata que o projeto é importante para conseguir comprar os materiais de atletismo que são caros e difí­ceis de encontrar. Além disso, a prática esportiva tem mudado a realidade dos atletas indí­genas da aldeia Amambai.

;O Aumento da prática esportiva, traz benefí­cios í  saúde da população, e aqueles que não tinham condições de ter material agora tám. Com esse investimento vai surgir mais talentos que representará o municí­pio e o estado nas competições. Agora temos materiais oficiais, então os resultados e ní­veis dos atletas vão avançar mais ainda;, comenta o professor. 

Cultura 

Atendimento é garantido pelo Governo de MS

A Fundação de Cultura realiza por meio da Geráncia de Desenvolvimento de Atividades Artesanais a fabricação da Carteira Nacional do Artesão, mais conhecida como carteirinha do artesão, uma identificação nacional que junta o artesão ao Sistema de Informações Cadastrais (Sicab), ligado ao Ministério da Economia. 

Com a carteirinha o trabalhador consegue participar de feiras de artesanato, tem acesso a incentivos fiscais, como a emissão de Notas Fiscais na Agenfa/MS e isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na comercialização dos produtos no Estado.

Além disso, existe a facilidade de acesso ao microcrédito disponibilizado em parceria com a Funtrab e a possibilidade de ser contribuinte autônomo para fins da Previdáncia Social e abertura de MEI, caso necessário. A carteirinha dá legalidade a todo profissional dentro do Brasil.

A emissão da carteirinha do artesão é gratuita, mas o profissional passa por uma prova de habilidades técnicas, cuja aprovação é da Geráncia de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.  

A ceramista da Aldeia Cachoeirinha, Rosenir Batista, conta que produzir os artesanatos é uma boa distração, é como uma terapia para ela. ;A carteira é importante para sermos reconhecidas como artesãs em qualquer lugar. Nos fortalece saber que os nossos clientes ficam satisfeitos com o nosso trabalho”, explica Rosenir.

Atualmente, a Casa do Artesão conta com 600 peças para comercialização, fabricadas pelos povos originários. São 438 artesãos indí­genas cadastrados em Mato Grosso do Sul e na Casa do Artesão. O artesanato é uma forma de levar a cultura ancestral para as pessoas, por meio dos grafismos, cerâmicas e cestaria/trançado.

A Fundação de Cultura também oferece oficinas a artesãos, por meio do projeto Artesania MS, que promove oficinas de artesanato, design e gestão para bairros da capital e para os municí­pios do interior de Mato Grosso do Sul.

Cidadania 

Fernando é subsecretário e atua há vários anos na questão dos povos originários

A Subsecretaria de Polí­ticas Públicas para Povos Originários realiza diversas atividades de fomento í  prática cidadã por meio de articulações junto í s comunidades indí­genas na implementação e implantação das polí­ticas sociais, assegurando os direitos sociais básicos aos cidadãos indí­genas.

Ela promove escuta ativa visando avaliar as polí­ticas e ações desenvolvidas pelo Governo de Mato Grosso do Sul, no interior das terras indí­genas e levanta dados e demandas de cada comunidade indí­gena. Para o Subsecretário de Polí­ticas Públicas para Povos Originários, Fernando Souza, a subsecretaria oportuniza o diálogo do governo com as populações.

;Toda a estrutura de governo e a transversalidade com as secretarias e subsecretarias, é importante para realizar ações e polí­ticas voltadas para a população indí­gena. Essa é uma forma de respeitar, garantir e exercer a cidadania dos povos;, conta. 

Uma dessas atividades são oficinas de artesanatos, com objetivo de possibilitar aos jovens e outros interessados conhecer e aprender as técnicas básicas da confecção de artesanatos e o grafismo indí­gena. Já os cursos básicos de capacitação são em informática, confeitaria, remédios caseiro e tradicionais, cestaria e padaria.

Além disso, a promoção de diversos seminários e palestras, como por exemplo os seminários sobre violáncia contra mulheres indí­genas, que tem a finalidade de sensibilizar a comunidade em geral sobre a necessidade de combater a violáncia contra mulheres e o preconceito.

(Com colaboração de Débora Bordin)

2023-04-19 08:18:00

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