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quinta-feira, 25 de abril de 2024

‘Medo de morrer era constante’, diz mulher que atuou 10 meses na linha de frente e tomou vacina contra Covid

Desde a distância do filho até os momentos em que acalmou pacientes, nas unidades hospitalares de Campo Grande, a gestora em saúde pública Fabiani Bucker Santos, de 40 anos, fala que são muitas as lembranças dos últimos dez meses, que antecederam o combate í  Covid-19 e o momento em que ela tomou a vacina, nessa terça-feira (19).

;No momento em que eu tomei a vacina, me lembrei dos últimos 10 meses de plantões. Desde o dia 23 de março, desde o lockdown, desde os pacientes que intubavam e a gente não sabia se iam voltar, é um dia de cada vez. Nossa rotina de trabalho mudou bastante, até o momento em que doença que, até então era em desconhecidos, começou a chegar em quem trabalha ao nosso lado. O medo de morrer era constante;, afirmou ao G1 Bucker.

Conforme a gestora, a maioria dos colegas de trabalho foram infectados e, diante a gravidade dos casos, Fabiani decidiu deixar o filho de 6 anos por um tempo com o ex-marido. ;A situação começou a ficar mais grave no decorrer dos meses e eu fiquei tão desesperada, com medo, que tive que me distanciar do meu filho. Estudei muito, pesquisei muito, até para lidar com os pacientes, mas, agora graças a Deus estou imune e posso ir para casa em paz para ficar com minha mãe e meu filho;, disse.

;Gestora

Gestora usou rede social para falar do momento em que tomou a vacina contra Covid em MS — Foto: Redes Sociais/Reprodução

A gestora fala que, há 16 anos trabalha na prefeitura e, em nenhum momento, houve a opção de não trabalhar. ;A doença é complicada, mexe com o nosso psicológico, principalmente porque ví­amos o desespero de muitos pacientes. Mas, há dois dias, fui trabalhar muito feliz e, em nenhum momento, pensei em não tomar a vacina. Eu confio muito no Butantã e no SUS [Sistema íšnico de Saúde];, ressaltou.

Por fim, a gestora ainda fala vai continuar com a sua missão, ressaltando a importância da vacina para os pacientes. ;Eu confio demais senão nem estaria aqui. E vivi os últimos 10 meses como se fossem 10 anos. Não podia distinguir quem estava ou não com Covid, porque todos estavam com medo, todos tinham o medo de morrer. Então, mesmo que eu não tivesse, precisava transparecer tranquilidade. E agora vou continuar trabalhando, muito feliz;, finalizou.

Fonte: Graziela Rezende, G MS

2021-01-21 09:36:00

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