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sexta-feira, 29 de março de 2024

Lula e Xi Jinping assinam 15 acordos de parceria em Pequim

Presidente foi recebido no Grande Palácio do Povo.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Andreia Verdélio/Agáncia Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Xi Jinping, assinaram, nesta sexta-feira (14), em Pequim, 15 acordos comerciais e de parceria. Lula está em viagem ao paí­s asiático e foi recepcionado no Grande Palácio do Povo, sede do governo chinás.

Os mandatários participaram de reunião ampliada com os ministros e assessores de ambos os paí­ses e tiveram encontro privado. Nessa conversa, além de temas bilaterais, eles trataram do diálogo e negociação para encerrar a invasão da Ucrânia pela Rússia. Um jantar em homenagem a Lula também foi oferecido por Xi Jinping.

Os termos assinados entre os dois paí­ses incluem acordos de cooperação espacial, em pesquisa e inovação, economia digital e combate í  fome, intercâmbio de conteúdos de comunicação entre os dois paí­ses e facilitação de comércio.

Um dos acordos prevá o desenvolvimento do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construí­dos na parceria bilateral. De acordo com o governo brasileiro, o diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica, mesmo com nuvens.

Certificação

Outros documentos assinados tratam de certificação eletrônica para produtos de origem animal e dos requisitos sanitários e de quarentena que devem ser seguidos por frigorí­ficos para exportação de carne do Brasil para a China. O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina para o paí­s asiático e 60% da produção brasileira são vendidos para a China.

No contexto da visita do presidente brasileiro, o setor empresarial também anunciou 20 novos acordos entre os dois paí­ses em áreas como energias renováveis, indústria automotiva, agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação, saúde e infraestrutura.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, esses acordos somam-se í queles anunciados durante o Seminário Econômico Brasil-China, realizado em 29 de março, totalizando mais de 40 novas parcerias. Lula deveria ter feito essa viagem no fim do más passado, ocasião do seminário, mas um quadro de pneumonia o obrigou a adiar o compromisso.

“No setor turí­stico, destaca-se a inclusão do Brasil na lista de destinos autorizados para viagens de grupos de turistas chineses, o que representa grande oportunidade para o crescimento do fluxo de visitantes entre os dois paí­ses”, destacou o Itamaraty.

Antes da assinatura dos atos, Lula e a comitiva brasileira participaram de cerimônia de deposição de flores no monumento aos Heróis do Povo, na Praça da Paz Celestial.

Outros encontros

Mais cedo, também no Grande Palácio do Povo, Lula teve encontro com presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji. Segundo a Presidáncia da República, eles trataram da parceria estratégica entre Brasil e China, da ampliação de fluxos de comércio entre os paí­ses e do equilí­brio da geopolí­tica mundial.

“Lula ressaltou que o Brasil foi o primeiro paí­s a reconhecer a China como economia de mercado. Reforçou que o paí­s asiático foi parceiro essencial para a criação dos Brics [bloco formado por Brasil, Rússia, índia, China e ífrica do Sul] e que a relação bilateral entre as nações tem o potencial de consolidar uma nova relação sul-sul no âmbito global”, informou o Palácio do Planalto.

Os dois lí­deres também ressaltaram a intenção de ampliar investimentos e reforçar a cooperação em setores como educacional e espacial.

Já o primeiro compromisso do dia de Lula e integrantes da comitiva foi a reunião com o presidente da State Grid, Zhang Zhigang. A empresa é lí­der do setor elétrico na China e tem investimentos no Brasil, com 19 concessionárias e linhas de transmissão em 14 estados.

De acordo com o Planalto, Lula reforçou a importância dos investimentos chineses no Brasil, a confiança na economia nacional e o foco do governo federal em investimentos em energias renováveis e na ampliação da rede de transmissão integrando projetos de geração eólica e solar com a rede convencional.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. O volume comercializado entre os dois paí­ses em 2022 foi de US$ 150,4 bilhões. O ano de 2023 marca o cinquentenário do iní­cio das relações comerciais entre Brasil e China. A primeira venda entre os dois paí­ses aconteceu em 1973, um ano antes do estabelecimento das relações diplomáticas sino-brasileiras.

Essa viagem é a quarta visita internacional de Lula após a posse neste terceiro mandato. O presidente já foi í  Argentina, ao Uruguai e aos Estados Unidos. Ele também recebeu, em Brasí­lia, o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, no fim de janeiro.

Ontem (13), Lula cumpriu agenda em Xangai, onde participou da posse da ex-presidenta Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento dos Brics, teve encontro com empresários e visitou o centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa de tecnologia Huawei.

A comitiva do presidente Lula deixa a China amanhã (15). No retorno ao Brasil, o avião presidencial pousará em Abu Dhabi, capital dos Emirados írabes Unidos, para uma visita oficial.

2023-04-14 11:36:00

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