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sábado, 20 de abril de 2024

Itaipu: 40 anos do desvio do Rio Paraná

O desvio do Rio Paraná, no dia 20 de outubro de 1978, trás anos após o iní­cio das obras da Hidrelétrica de Itaipu, cumprindo rigorosamente o cronograma previsto, foi o grande e obrigatório evento que permitiu a execução da estrutura em concreto da barragem, no leito do Rio Paraná.


Importante apontar a importância desse evento, mas também aproveitar a oportunidade para resgatar o valor e a capacidade da engenharia brasileira quando da construção de Itaipu: tecnologia de ponta desenvolvida na execução do projeto pelas empresas brasileiras de engenharia; tecnologia de ponta desenvolvida pelas construtoras brasileiras na execução da obra; tecnologia de ponta na montagem eletromecânica pelas montadoras brasileiras; e tecnologia de ponta na fabricação dos equipamentos eletromecânicos pelos fabricantes nacionais.


A engenharia brasileira necessita resgatar hoje a alta tecnologia materializada na construção de Itaipu para projetar e executar as obras de infraestrutura que o Brasil tanto carece.


Quero homenagear na pessoa da minha esposa, Maria Aparecida, todas as esposas dos funcionários envolvidos na construção de Itaipu, heroí­nas anônimas: sem esse indispensável apoio, seria impossí­vel aos trabalhadores cumprirem sua missão com tranquilidade.


Quero homenagear nossos filhos, nas pessoas dos meus filhos Gisele, Gustavo, Giuliana e Gabriel. Com nossos filhos completamos nossas famí­lias, formando uma única famí­lia, a famí­lia de Itaipu, sempre presente e atuante na construção da obra.


Quero homenagear os funcionários presentes no canteiro de obras, nas pessoas dos engenheiros Rubens Vianna de Andrade (Itaipu) e Francisco Fortes Filho (Unicon), Leopoldo Seifart (Itaipu-Paraguai) e Juan Carlos Wamosy (Conempa).


Quero homenagear os funcionários do projeto Acary-Iguazu, o maior centro de treinamento dos funcionários paraguaios para o iní­cio da construção de Itaipu.


Meus agradecimentos ao Exército Brasileiro pela minha formação profissional, que permitiu a minha contribuição para a construção de Itaipu.


Graduei-me como oficial da Arma de Engenharia pela AMAN, Academia Militar das Agulhas Negras, e engenheiro civil pelo IME, Instituto Militar de Engenharia.


Após 20 anos, com promoção assegurada como coronel, pedi demissão do serviço ativo do Exército Brasileiro, que muito honro, para me dedicar í  construção de Itaipu. Como comentava meu amigo general ítalo Avena, diretor do DEC, Departamento de Engenharia e Construção do Exército, “a pele verde não desgruda do corpo jamais”.


Na comemoração dos 40 anos do desvio do Rio Paraná, é desnecessário comentar os fantásticos números de Itaipu. Assim, preferi exaltar o valor e a abnegação dos funcionários e de suas distintas famí­lias, envolvidos na construção da hidrelétrica de Itaipu.


Concluindo, conclamo aos brasileiros: vamos resgatar de imediato a invejável tecnologia da engenharia brasileira materializada com áxito total no projeto e execução das obras da Hidrelétrica de Itaipu.


Hugo José Ribas Branco, é engenheiro civil e foi superintendente de obras do consórcio responsável pela construção de Itaipu.

Fonte: Hugo José Ribas Branco  

2018-10-22 14:43:00

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