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sábado, 20 de abril de 2024

De grãos a celulose, retorno da malha ferroviária vai movimentar cadeias produtivas de MS

Fotos: Agáncia Estadual de Notí­cias- PRMato Grosso do Sul vive um processo de retomada da malha ferroviária com investimentos que vão escoar grãos, minério, carne a celulose em um cenário de desenvolvimento. Isso será possí­vel graças as parcerias firmadas entre o Governo do Estado e do Paraná e de empresas privadas. Pelo menos seis projetos estão tramitando hoje no Ministério da Infraestrutura que vão garantir 560 quilômetros de malha ferroviária.

De acordo com o Ministério da Infraestrutura (MInfra), os pedidos se referem a Ferroeste, ligando Maracaju a Dourados, que está em andamento; um da Eldorado Brasil Celulose, para construir ferrovia entre Trás Lagoas e Aparecida do Taboado no montante de R$ 890 milhões; um da empresa MRS com objetivo de interligar Trás Lagoas a Panorama no total de R$ 1 bilhão e mais cerca de R$ 3 bilhões da Suzano, saindo de Ribas do Rio Pardo a Inocáncia e de Trás Lagoas a Aparecida do Taboado. Considerando que o valor médio para implantar cada quilômetro de ferrovia é de R$ 10 milhões, as solicitações podem garantir investimentos de R$ 6 bilhões.

Ferroeste

Mais avançada, Nova Ferroeste já está em processo de licenciamento ambiental e prevá a construção de uma estrada de ferro entre o Mato Grosso do Sul e o litoral do Paraná

A mais avançada delas é a Nova Ferroeste que já está em processo de licenciamento ambiental. A ferrovia prevá a construção de uma estrada de ferro entre o Mato Grosso do Sul e o Litoral do Paraná. Ao todo, 1.304 quilômetros de trilhos vão conectar Maracaju (MS) a Paranaguá (PR), além de um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu. Os investimentos somente no trecho de MS que terá inicialmente 76 km e já está em andamento superam R$ 1,2 bilhão. Mas o projeto é grandioso e vai levar de grãos a carnes dos principais polos produtivos de MS até o Porto de Paranaguá e até Santa Catarina. 

Secretário Jaime Verruck (Foto: Chico Ribeiro)

;No caso da Nova Ferroeste, já entregamos o EIA Rima. Então a Ferroeste é a que tem a tecnologia mais adequada, porque já é uma ferrovia existente no Paraná e está incorporada no projeto que vai de Paranaguá até Maracaju. Recentemente nós tivemos a autorização da ligação de Dourados a Maracaju que passa a compor a ferrovia com um prazo aí­ de concessão de 99 anos. Isso é extremamente positivo em termos de prazo;, salientou o secretário de Meio Ambiente e Produção, Jaime Verruck.

Ele atribui este avanço na reativação da malha ferroviária estadual ao regime de autorização que foi aprovado recentemente como novo marco regulatório das ferrovias. ;Esse foi um grande avanço no Brasil desregulamentando e criando o novo marco relatório da ferrovia. A lei foi amplamente discutida. Então isso foi extremamente positivo para o desenvolvimento ferroviário e um dos primeiros trechos autorizados foi exatamente de Dourados até Maracaju. Foi um trabalho intenso, que nós fizemos junto ao Congresso Nacional, junto a ministra Tereza, ao ministro da infraestrutura e que culminou com o novo marco regulatório do Brasil;, destacou.

Para se traçar o trecho, Verruck afirma que o licenciamento teve toda uma preocupação de passar longe de unidades de conservação e áreas indí­genas. ;O projeto buscou preservar os patrimônios naturais, exatamente para evitar que que se tenha aí­ uma demora na implantação da ferrovia;, admite. Ele lembra que com a Ferroeste serão oito municí­pios beneficiados passando de Mundo Novo até toda a região produtora. ;Então o cenário é nós ainda levarmos para a B3 a leilão, a nova Ferroeste, Mato Grosso, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e Paraná juntamente;, afirmou.

Ferrovia da Celulose
No outro extremo do Estado, a celulose é a locomotiva que puxa os investimentos. O interesse existe porque as empresas do setor buscam alternativas ao transporte rodoviário para exportar a produção de mais de 4 milhões de toneladas de celulose produzidas em Trás Lagoas por ano que movimentaram em 2021 mais de R$ 8 bilhões.
E mais a expectativa é que o volume vai quase dobrar com o Projeto Cerrado da Suzano que prevá a instalação de uma unidade em Ribas do Rio Pardo que vai produzir 2,5 milhões de toneladas ano de celulose, com investimentos de R$ 19,3 bilhões, sendo que R$ 4,6 bilhões são para atividades florestais, na estrutura logí­stica e outras iniciativas previstas em projetos.

Por isso foi apresentado no Ministério da Infraestrutura o pedido para construção de trechos Ribas do Rio Pardo a Inocáncia, e um entre Trás Lagoas e Aparecida do Taboado.
Também a Suzano está viabilizando o acesso í  malha férrea da empresa Rumo, que já é ligada ao porto marí­timo paulista. Além disso já houve uma homologação e autorização de projetos de retomada de novas malhas na Costa Leste do Estado. ;Na verdade, a partir da indústria Eldorado que é um pouco acima de Trás Lagoas estão fazendo um ramal até Aparecida do Taboado onde conecta na Ferro Norte.

No local já existem dois terminais um da Suzano e um da Eldorado. E houve os pedidos também da Suzano também conectando na Ferro Norte e esse trecho;, adiantou o secretário. Verruck acrescenta que a Suzano também prevá uma ferrovia no mesmo trecho da Eldorado, de Trás Lagoas a Aparecida do Taboado. ;Nesse sentido tem uma solicitação também da Suzano de Trás Lagoas até Aparecida do Taboado. Então ali acredito que a gente vai ter depois um consenso. Não existirão obviamente duas ferrovias paralelas uma a outra. O que deve ocorrer é um acordo operacional até pelo ní­vel de investimento;, pontuou.

O secretário ainda afirmou que existe um outro pedido também ligando Trás Lagoas até o municí­pio de Brasilândia. ;Do outro lado nós temos uma ferrovia também que é em Panorama onde é a malha paulista para se colocar a produção. Estes trechos devem ser autorizados;, destacou.

Malha Oeste
Após ser desativada em 2014, a outra ferrovia que pode ser reativada em partes no Estado é a Malha Oeste, que liga Mairinque até Corumbá e Campo Grande até Ponta Porã. ;Essa malha, ela está em estudo. Foi contratado um consórcio que está fazendo todos os levantamentos, e o Governo está participando ativamente desse processo. Da mesma forma, a previsão é finalizar os estudos agora no primeiro semestre e se estabelecer o processo de religação para o final do segundo semestre. Então esse é o objetivo da Nova Malha Oeste;, enfatizou.

Transporte de minério (Arquivo Subcom)

O secretário destacou, no entanto, que os estudos da Malha Oeste, ainda não tem nenhuma solicitação formal no Ministério da Infraestrutura. ;Nós temos o trecho de Campo Grande a Corumbá que é premente que a se viabilize a saí­da de minério, já que houve crescimento de exportação de minério de 140% no ano passado. Isso trouxe uma enorme pressão em cima das rodovias. Por isso hoje precisamos achar uma saí­da logí­stica mais viável. E isso pode vir com a retomada da malha ferroviária de Mato Grosso do Sul, que abre um cenário positivo, favorável de revitalização, de trabalho e de uma nova estrutura logí­stica para o Estado;, finalizou.

Fonte: Rosana Siqueira, Semagro

2022-01-20 08:13:00

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