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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Artigo: Todas as mulheres são princesas

No Dia Internacional da Mulher cabe a sociedade uma reflexão sobre as conquistas alcançadas e o patamar almejado pelas mulheres.

Em uma sociedade que cultua o patriarcalismo, muitas vezes não se percebe as ofensas aos direitos e a dignidade das mulheres. Passando pelos séculos XIX e XX, nos Estados Unidos e na Europa, em que se buscavam condições melhores de vida e de trabalho para as mulheres, bem como o direito ao voto, que no Brasil somente foi possí­vel no ano de 1946 em condições igualitárias aos dos homens, chega-se ao século XXI ainda distante do alvo desejado outrora.

Hodiernamente, as mulheres votam, melhoraram as condições de vida, nos aspectos sociais, econômicos e de trabalho, contudo, num degrau abaixo, pois são minorias nos cargos de chefias nas corporações, na polí­tica, nos cargos públicos, sendo muitas vezes mais qualificadas para as funções apresentadas.

No lar continua a ser protagonista. As tarefas domésticas pertencem í s mulheres, mesmo que trabalhem fora e tenham um melhor provento do que seu companheiro.

A sociedade tem responsabilidade pelas violações dos direitos das mulheres, assim como também se deve adequar para garantir a efetividade das conquistas auferidas em todos os campos, com mudanças do conjunto de comportamento e de pensamento social, vg, em que “casos de violáncia dentro de casa devem ser discutidos, somente entre os membros da famí­lia”; “a roupa suja deve ser lavada em casa”; “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Portanto, no bojo social é recorrente e presente:

  • Por que vocá não denunciou da primeira vez que ele bateu?
  • Por que ela não se separa dele?
  • Ela provocou.
  • O que a senhora fez pra ele te bater?
  • í‰ mulher de malandro, eles se merecem.
  • Quando descobriu que ela tinha um amante, ele perdeu a cabeça.
  • Ficou desesperado pelo amor não correspondido e acabou fazendo uma loucura.

í‰ dever social outorgar as mulheres os direitos e garantias disponí­veis no ordenamento jurí­dico pátrio e nas condutas ativas e principais das diversas comunidades, atribuindo tratamento igualitário nos variados papéis representados. Aqui, nestas assertivas que as mulheres labutam para chegar.

Uma marca ainda a ser superada está nos números da violáncia doméstica e familiar contra as mulheres. Mesmo com todos os desenvolvimentos e avanços da humanidade, ainda não se superou essa epidemia, como bem classificou a Organização Mundial da Saúde. As consequáncias são visí­veis e de tratamento possí­vel pelos diversos órgãos que compõem a rede de enfrentamento e de proteção í s ví­timas e as famí­lias.

Tendo em vista a defesa e a permanáncia da famí­lia, muitas mulheres mantám-se no relacionamento abusivo e no ciclo da violáncia, sendo que a primeira solicitação é para que se mude o comportamento de seu companheiro. Em diversas ocorráncias desse tipo percebe-se que a mulher deseja que ele seja como era, no iní­cio da relação. Não há a intenção imediata í  violáncia de sair do lar, ela permanece na espera da mudança e ser tratada como dantes: princesa.

Wesley Freire de Araújo é Tenente Coronel de Polí­cia Militar.

Comandante da 3ª CIPM – Amambai/MS.

2019-03-08 06:26:00

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