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sábado, 20 de abril de 2024

Armas de colecionador apreendidas seriam usadas para grande roubo em MS

A operação da Polí­cia Federal interceptou trás pistolas 9 mm, quatro fuzis, munições, coletes balí­sticos e quatro balaclavas.

Polí­cia Federal apreendeu trás pistolas 9 mm, quatro fuzis, munições, coletes balí­sticos e balaclavas – divulgação/Polí­cia FederalUm homem com registro de caçador, atirador e colecionador de armas (CAC) foi preso ontem pela Polí­cia Federal com fuzis e pistolas, que seriam utilizados para roubo, em Campo Grande. A identidade do proprietário do arsenal não foi divulgada. 

A operação da Polí­cia Federal chegou ao colecionador por meio de informações anônimas recebidas pela entidade. As investigações que foram realizadas para localizar o suspeito resultaram na apreensão de trás pistolas 9 mm, quatro fuzis, munições, coletes balí­sticos com identificações falsas da Polí­cia Civil e quatro balaclavas (máscaras que cobrem todo o rosto), que poderiam ser utilizadas no roubo frustrado. 

Segundo a Polí­cia Federal, as investigações seguem em andamento para identificar outros indiví­duos envolvidos na ação criminosa. 

í‰ importante reiterar que o caso registrado pela corporação se destaca pelo arsenal interceptado antes de servir como instrumento para os furtos pertencer a um colecionador, submetido a um processo e testes que autorizaram a aquisição das armas.  

O Correio do Estado procurou o recém-eleito deputado federal Marcos Pollon (PL), que é lí­der do movimento brasileiro Proarmas, questionando-o sobre a fiscalização de crimes que podem ocorrer com indiví­duos que utilizam armas de fogo legalizadas ou apresentam o porte legal da arma.

O polí­tico, em resposta, alegou que o processo para registro brasileiro de porte de armas é um dos mais rigorosos do mundo.

“Primeiro, elogio o trabalho da Polí­cia Federal na interceptação do crime que seria cometido. Existe um processo longo para registro de porte de armas no Exército Brasileiro que exige passar por exames psicológicos. Não é tão fácil assim comprar as armas de forma legal”, declarou o deputado Marcos Pollon.

Em relação a possí­veis mudanças na aquisição do CAC, Pollon acredita que a melhora nas condições do processo administrativo pode evitar novos casos como este.

“Podemos aumentar os recursos, aumentar o pessoal administrativo e dar um plano de carreira a estas pessoas que trabalham neste segmento especí­fico de aquisição do CAC, de uso comprometido e controlado das armas”, disse Pollon.

O deputado ainda acrescenta que o processo para aquisição das armas é demorado. “Vocá pode ficar de dois meses a um ano para conseguir comprar uma arma legalizada, passando por pré-contratos com a loja fornecedora. Depois de adquiri-las, o Exército ainda passa a fiscalizar se o portador fará o uso correto do armamento”, afirmou. 

MUDANí‡AS 

Desde 2019, a aquisição de armamentos começou a ser flexibilizada no Paí­s, com incentivo ao registro e ao porte de armas. No iní­cio de 2019, o governo federal apresentou quatro projetos de lei, aprovados em 2021 com inúmeras ressalvas e ajustes, que alteraram o Estatuto do Desarmamento.

O indiví­duo que tiver o registro CAC, que é a concessão de certificado de registro para pessoa fí­sica para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça, precisa da autorização do Exército para comprar armas.

Os requisitos listados no site do governo federal, em produtos e atividades controlados pelas Forças Armadas e a Defesa Civil, para a pessoa fí­sica solicitar o registro CAC são os seguintes.

 A pessoa precisa apresentar comprovante de capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo, laudo de aptidão psicológica fornecido por psicólogo credenciado pela Polí­cia Federal e comprovante de filiação a entidade de tiro/caça (que foi alterado em anexo C da Portaria 150, de 5 de dezembro de 2019, ficando dispensado este requisito se o registro da atividade for de colecionamento).

 O número de registros de armas de fogo catalogadas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) cresceu 793% em Mato Grosso do Sul, quando comparados os anos de 2018 e 2021.

 Conforme os dados disponibilizados pela Polí­cia Federal, corporação responsável pelo sistema, em 2018, o Estado teve 618 novas aquisições de armamentos, contra o número expressivo de 5.524 em 2021.

 Os dados são referentes í  posse de armas tanto de cidadãos comuns quanto de policiais e guardas.  

Entre as armas com maior porcentual de registro, estão, respectivamente: pistolas, com 136 declarações em 2018 e 3.229 em 2021; revólveres, 135 registros em 2018 e 1.484 em 2021; e rifles, 16 novas entradas no sistema em 2018 e 316 no ano passado.  

Questionado sobre o número de CACs que tám a permissão para porte de arma, o Comando Militar do Oeste (CMO) informou que o estado de Mato Grosso do Sul conta com 16.356 caçadores catalogados e ativos.

 AVALIAí‡íƒO PSICOLí“GICA

Em entrevista ao Correio do Estado no más passado, a psicóloga Antônia Santos da Silva, credenciada pela Polí­cia Federal desde 2015 e que faz avaliações para porte de armas, explicou que para realizar o procedimento e emitir o laudo de aptidão é necessário que o profissional seja especialista em avaliação psicológica.  

Além disso, também são exigidos cursos de formação e testes. De acordo com a psicóloga, o profissional fica credenciado por quatro anos, com possibilidade de renovação mediante análise e exames aplicados pela PF.

â€œí‰ uma atividade que, para exercer, o profissional precisa ter um pouco de experiáncia no âmbito. Ser formado há um tempo. O teste consiste em técnicas, entrevistas, observações e análise de documentos. Por meio deles é possí­vel investigar diferentes caracterí­sticas psicológicas, como emoção, afeto, cognição, inteligáncia, motivação, personalidade, atenção, memória e percepção”, explicou. 

 INTERCEPTAí‡íƒO

Ainda nesta quarta-feira, a Polí­cia Civil apreendeu em Dourados mais de 15 armas, entre pistolas e revólveres, que estavam em residáncia que servia como depósito do armamento, que posteriormente seria distribuí­do nos presí­dios de MS. 

Na casa alugada, as armas de fogo estavam escondidas em um guarda-roupas, no quarto de uma mulher de 62 anos, mãe de um presidiário que cumpre pena na Penitenciária Estadual de Dourados (PED) e é ligado í  facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

Durante a operação, além da mãe do detento, também estava na casa um rapaz de 20 anos, que fazia a segurança do local. Ambos permanecem presos.

Fonte: Judson Marinho/ Correio do Estado

2022-10-06 09:59:00

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