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sexta-feira, 29 de março de 2024

Agro 2021: desafios que geram oportunidades

A dinâmica do setor agropecuário permitiu otimismo em um ano de pandemia e prevá para 2021 um mercado ainda mais aquecido. Apesar de números negativos na estimativa do PIB do comércio, a agricultura e a pecuária possibilitaram que a queda na economia não fosse tão agressiva, pois fomentaram o mercado externo, com aumento das exportações a preços jamais vistos antes pelo regime cambial e oferta restrita.

O mercado externo atrativo para os produtores de grãos e pecuária se estendeu para outros setores. As porteiras abertas pelo MAPA em outros paí­ses podem e vão beneficiar inclusive produtores de frutas, legumes e produtos artesanais em 2021. Segundo publicação da Conab em outubro de 2020, o aumento da comercialização das principais hortaliças e frutas in natura deve-se í  modernização do setor que tornou a exportação mais recorrente e lucrativa para o produtor de pequeno porte e/ou de sistema familiar de produção, os quais abastecem o Ceasa, instituição responsável pela chegada dos produtos até o consumidor final.

Mato Grosso do Sul, por exemplo, que importa mais de 80% de suas frutas e verduras, tem um campo a ser explorado que pode estimular a geração de empregos e renda, com uma produção que necessita de incentivo público.

Os preços das hortaliças em 2020, apesar de estarem elevados, estão abaixo dos preços médios do iní­cio de 2019. Esse fato se deve í s variações climáticas que ocorreram no segundo semestre de 2020 afetando a produção e a oferta. A tendáncia é de alta, inclusive nos valores médios de comercialização das frutas, em cerca de 5%. Um exemplo é o mercado da laranja, já que a demanda por frutas cí­tricas, ricas em vitamina C, aumentaram no perí­odo de pandemia devido í  busca pelo aumento da imunidade.

Fazendo referáncia aos grãos, lembro que Mato Grosso do Sul exportou 1,28 milhão de toneladas de milho até outubro de 2020, 52% a menos que em 2019 em virtude da variação climática durante a produção e colheita, gerando perdas de produtos, conforme dados da SECEX. Não se pode esquecer que 2019 foi um ponto fora da curva, com explosão de volume produzido e exportado pelo paí­s como um todo. Em relação í  exportação de soja, Mato Grosso do Sul exportou até outubro de 2020 o equivalente a 4,76 milhões de toneladas, 45% a mais que o total exportado em 2019. Um mercado aquecido mesmo em ano de pandemia. Milho e soja são os principais grãos geradores de riqueza do estado.

Novos portos, como o de Porto Murtinho, permitem um escoamento da produção com melhor logí­stica e rentabilidade. Outro fator relevante para o crescimento do setor de grãos em MS é o incentivo da paridade de exportação de milho e soja, além do investimento em inovação tecnológica no campo e no meio de transporte da carga.

Segundo a IAGRO, Mato Grosso do Sul produziu de janeiro a outubro de 2020 cerca de 3,08 milhões de cabeças para abate. Esse número representou queda de 12,6% em relação ao mesmo perí­odo em 2019. Os preços apresentaram redução em novembro, acompanhando a queda da soja e do milho, os quais estavam apresentando valorização até o más de outubro e ultrapassaram preços históricos. Todavia, o preço da arroba ainda permanecerá em patamar elevado se comparado a anos anteriores, devido í  oferta restrita, o que possibilitará rentabilidade ainda maior ao produtor em 2021.

A exportação acumulada de 2020 in natura de carne bovina é de 141 mil toneladas, 9,25% menor em volume e 2,28% maior em valor, alcançando 570 milhões de dólares. Esse fato se deve í  baixa oferta. Já a carne de frango in natura apresentou aumento do volume exportado e da receita, 3,88% e 24,4% superior, respectivamente. Conclui-se que o cenário pecuário está se desenvolvendo e ampliando sua exportação, principalmente para China e Japão, devido í  qualidade de produção do estado e um mercado externo atrativo pelo real desvalorizado.

O agronegócio sul-mato-grossense tem perspectivas positivas para comercialização em 2021, com base nos resultados de 2020 e anos anteriores, pois o setor está em amplo desenvolvimento e foi responsável pelo equilí­brio da economia brasileira em plena crise da Covid-19.

*Alessandro Coelho – Presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG)

Fonte: Agrolink com informações da assessoria

2021-01-07 08:41:00

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