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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Paratletas sul-mato-grossenses vão ao Mundial de Atletismo em Dubai

Dois paratletas de Mato Grosso do Sul participarão do Campeonato Mundial de Paratletismo, que será realizado em Dubai, nos Emirados írabes Unidos, entre os dias 7 e 15 de novembro. A seleção brasileira de atletismo paralí­mpico foi convocada no dia 4 de outubro pelo Departamento Técnico do Comitá Paralí­mpico Brasileiro (CPB). No total, 43 atletas brasileiros estarão na principal competição da temporada para a modalidade. A delegação viaja na madrugada desta quinta-feira (31.10).

A campo-grandense Gabriela Mendonça Ferreira é fruto dos programas de incentivo ao desporto e paradesporto escolar promovidos pela Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte), como o Programa Escolar de Formação e Desenvolvimento Esportivo de Mato Grosso do Sul. A paratleta de 21 anos é da classe T12 (baixa visão) e foi formada na Associação Seninha de Atletismo (Asa), de Campo Grande, sob orientação do técnico Daniel Sena.

Gabriela Ferreira integrou a delegação verde e amarela nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, realizados de 23 de agosto a 1º de setembro deste ano. Na competição intercontinental, a atleta colocou o nome de Mato Grosso do Sul em evidáncia, ao conquistar o ouro no salto em distância e bronze nos 100 metros.

Segundo Daniel Sena, a jovem chegou ao projeto Seninha com 11 anos de idade. “Comigo ela foi campeã escolar, brasileira e mundial, treinando em Mato Grosso do Sul, onde ficou até os 16 anos”. O técnico afirma que ela possui grandes chances de obter medalhas no Mundial de Dubai. “Ela fez a segunda melhor marca do mundo nos 100m. Atualmente, ela também está com a segunda melhor marca do mundo no salto em distância, com 5,45m. Eu converso com ela diariamente e sei que está focada”.

Gabriela trouxe duas medalhas do Parapan de Lima 2019. (Foto: Divulgação/Iema)

Atualmente, Gabriela Ferreira veste as cores do Instituto Elisangela Maria Adriano (Iema), de São Caetano do Sul-SP. No entanto, de acordo com Sena, não esquecer das origens é uma das principais caracterí­sticas da campo-grandense. “Ela foi criada aqui, teve a base da Fundesporte, tanto em viagens, quanto nos equipamentos de treino. O Marcelo Miranda sempre me deu apoio, força. Não posso deixar de falar isso, porque o diretor-presidente contribui muito para o desenvolvimento do esporte paralí­mpico no Estado. Se não fosse o Miranda, acho que não terí­amos todos esses resultados, a formação de base e essas marcas expressivas que temos. A Gabriela é grata por isso, não abandona as origens, tem a consciáncia de que nunca deixamos de ser atendidos”.

Além dos pódios no Parapan de Lima, estão entre as principais conquistas de Gabriela Ferreira o ouro nos 100m, nos 200m e prata no salto em distância no Mundial de Jovens de Nottwill, em 2017; ouro nos 100m e nos 400m dos Jogos Parapan-Americanos de Jovens 2017, em São Paulo-SP; ouro nos 100m, 200m e salto em distância no Jogos Parapan-Americanos de Jovens 2013, na Argentina.

“A Gabriela é uma prova real do sério compromisso que a Fundesporte tem com a formação esportiva em âmbito escolar. Vimos ela crescer, se desenvolver e disputar as Paralimpí­adas Escolares e demais campeonatos nacionais, sempre representando o Estado. Vale lembrar também que quatro dos 12 sul-mato-grossenses que foram ao Parapan de Lima neste ano são atletas que saí­ram de projetos de incentivo ao desporto escolar em Mato Grosso do Sul, um dos principais focos da nossa gestão. í‰ nas escolas que formamos nossos atletas”, destaca a responsável pelo setor paralí­mpico da Fundesporte, professora Belquice Falcão.

O outro atleta de Mato Grosso do Sul que estará em Dubai é Fabrí­cio Júnior Barros Ferreira. Natural de Naviraí­, o paradesportista teve o primeiro contato com o esporte paralí­mpico em 2013, por meio de uma associação para pessoas com deficiáncia visual, no estado de Santa Catarina.

Naviraiense no Mundial de Paratletismo, em Londres. (Foto: Arquivo pessoal)

O naviraiense de 21 anos também representou o Brasil no Parapan de Lima. Na capital peruana, ficou em primeiro lugar nos 100 metros e faturou a medalha bronzeada nos 400 metros. Hoje, Ferreira está vinculado í  Associação de Deficientes Visuais de Itajaí­ e Região (Advir), de Itajaí­-SC. Assim como Gabriela, Ferreira é atleta de baixa visão e faz parte da classe T12.

Estarão em Dubai 36 dos 60 atletas brasileiros que competiram no Peru. Ao todo, 32 subiram ao pódio no evento continental, incluindo Gabriela e Fabrí­cio. A última edição do Mundial de Paratletismo aconteceu em julho de 2017, em Londres, na Inglaterra. O melhor desempenho brasileiro em Mundiais aconteceu em Lyon, em 2013, quando 40 medalhas foram conquistadas (16 ouros, 10 pratas e 14 bronzes).

Fonte: Lucas Castro/ Fundesporte

2019-10-30 09:10:00

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