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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Benefícios sociais injetam R$ 1,6 bilhão na economia de Mato Grosso do Sul

O Mais Social movimentou R$ 210,9 milhões de janeiro a outubro deste ano, já o Bolsa Família disponibilizou R$ 1,4 bilhão

Neste ano, benefícios sociais injetaram R$ 1,6 bilhão na economia de Mato Grosso do Sul. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Bolsa Família disponibilizou R$ 1,441 bilhão de janeiro até outubro, enquanto o programa Mais Social injetou R$ 210,9 milhões na economia do Estado.

O Mais Social chega a 50 mil pessoas, que recebem R$ 450 mensalmente, enquanto o programa do governo federal tem pouco mais de 200 mil beneficiários. Ainda segundo o MDS, com base nos últimos pagamentos, realizados no dia 31 de outubro, o valor médio do Bolsa Família em Mato Grosso do Sul foi de R$ 683,59, totalizando um montante de R$ 140,8 milhões no mês passado.

De acordo com os economistas consultados pelo Correio do Estado, os benefícios sociais são importantes para movimentar e manter a economia aquecida e os recursos disponibilizados garantem que o dinheiro circule no mercado local. 

“Estímulo ao consumo, pois os beneficiários geralmente direcionam esses recursos para necessidades básicas, como alimentação, vestuário e saúde, impulsionando o comércio local”, aponta o mestre em Economia Lucas Mikael.

O economista Eduardo Matos afirma que todo benefício social tem duas frentes de atuação. “A frente social, de inclusão econômica das famílias, mas também há o ponto de vista econômico, em que todo recurso financeiro que é disponibilizado para famílias de baixa renda é convertido em consumo”, analisa.

Matos complementa que o consumo potencial ou a propensão a consumir das famílias de baixa renda é de quase 100%, enquanto a propensão a poupar, ou seja, o potencial para se poupar, é praticamente zero.

“Então, pelo ponto de vista econômico, a injeção de recurso financeiro na classe mais baixa da economia significa consumo, e o consumo, por sua vez, movimenta o comércio, tanto o comércio de bens quanto a prestação de serviços, e isso movimenta a economia local”, explica Matos.

Mikael ressalta que o movimento econômico não apenas beneficia os comerciantes, mas também pode levar à criação de novos postos de trabalho, contribuindo para a redução do desemprego na região e trazendo outros benefícios importantes.

“O incremento no consumo pode elevar a arrecadação de impostos estaduais e municipais, possibilitando investimentos em serviços públicos essenciais. Assim, os benefícios sociais não apenas assistem diretamente os indivíduos, mas também desempenham um papel crucial na dinamização da economia de Mato Grosso do Sul, gerando um ciclo positivo de crescimento e desenvolvimento”, afira Mikael.

Em janeiro, segundo o MDS, foram 213,9 mil famílias dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul beneficiadas pelo Bolsa Família. A média do benefício no primeiro mês do ano foi de R$ 695,14, com montante que chegou a R$ 148,7 milhões em repasses. Em fevereiro, foram 213,3 mil beneficiados, com benefício médio de R$ 695,61, totalizando R$ 148,4 milhões.

Em março, o valor passou para R$ 143,6 milhões, com média de pagamento de R$ 685,44. Abril se encerrou com R$ 144,2 milhões em recursos disponibilizados e benefício médio de R$ 687,45. Em maio, o valor médio foi de R$ 696,01, totalizando
R$ 144,9 milhões distribuídos para 210,1 mil famílias nos 79 municípios de MS.

Programa bolsa família
– Divulgação

MUNICÍPIOS

Entre os valores adicionais previstos no Bolsa Família, Mato Grosso do Sul tem 123,8 mil crianças de zero a 6 anos contempladas com o Benefício Primeira Infância, que representa um adicional de R$ 150 por criança nessa faixa etária na composição familiar. O investimento federal para atender este público supera os R$ 16,7 milhões.

Em outubro, a Capital permaneceu com o maior número de famílias beneficiárias, 53.336. Na sequência, os quatro municípios sul-mato-grossenses com maior número de contemplados em outubro foram: Dourados (13.577) Corumbá (10.338), Ponta Porã (9.909) e Três Lagoas (8.046).

O governo federal também pagou, na mesma data, o Auxílio Gás, benefício para pessoas em situação de maior vulnerabilidade social. São 50.326 famílias de Mato Grosso do Sul que receberam um adicional de R$ 104, referente ao valor integral do botijão de 13 quilos de gás liquefeito de petróleo (GLP). O montante disponibilizado foi de R$ 5,2 milhões no Estado. 

PROGRAMAS

O programa Bolsa Família, relançado em março de 2023 pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), visa apoiar a população em situação de maior vulnerabilidade no Brasil.

Conforme informações do MDS, o valor mínimo oferecido aos beneficiários é de R$ 600 por mês. No entanto, esse montante pode aumentar de acordo com a composição familiar. 

Em março do ano passado, foi incluído o Benefício Primeira Infância, que acrescenta R$ 150 para cada criança até 6 anos. Além disso, o programa oferece o Variável Familiar, um adicional de R$ 50 para gestantes e jovens entre 7 anos e 18 anos, e a Renda de Cidadania, que paga R$ 142 por membro da família, independentemente da idade. Há também o Benefício Variável Familiar Nutriz, destinado a nutrizes de recém-nascidos com até 6 meses de idade, que concede mais R$ 50.

O programa ainda conta com uma regra de proteção: caso um membro da família consiga emprego e melhore sua renda, a família poderá continuar recebendo o benefício por até dois anos, desde que a renda per capita permaneça até meio salário mínimo, ou seja, R$ 706 (valor atualizado). Ainda de acordo com o MDS, as medidas buscam oferecer estabilidade financeira, incentivando o emprego e o empreendedorismo.

Já o Mais Social é um auxílio financeiro idealizado pelo governo do Estado e tem por objetivo prestar atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar e nutricional, bem como promover a inclusão social e o acesso às demais ações de políticas públicas.

Segundo a Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead), o beneficiário contemplado recebe um auxílio financeiro no valor de R$ 450 creditado em cartão próprio, disponibilizado para aquisição de gêneros alimentícios e produtos de higiene pessoal, sendo proibida a aquisição de bebidas alcoólicas, produtos à base de tabaco ou outros indicados no regulamento, sob pena de exclusão do beneficiário do programa.

Fonte: Evelyn Thamaris/Correio do Estado

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