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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Desafios dos agricultores familiares de Mato Grosso do Sul

Em Mato Grosso do Sul, são 71.164 mil propriedades rurais economicamente ativas (IBGE, 2024). Desse total, 43.223 são agricultores familiares, o que representa 61%. Existem 204 assentamentos da reforma agrária, com 29 mil famílias de agricultores familiares, evidenciando a importância dos agricultores familiares para o Estado. Os munícipios de Mundo Novo, Sete Quedas e Novo Horizonte do Sul surgiram a partir de assentamentos de reforma agrária. 

As principais atividades econômicas dos agricultores familiares são cultivo de soja, mandioca, milho e pecuária leiteira, sendo a pecuária leiteira a atividade mais comum e frequente entre os agricultores familiares. O grande desafio para esses agricultores familiares, sejam eles assentados pela reforma agrária ou não, é obter renda que lhes assegure qualidade de vida satisfatória para atendimento básico das necessidades pessoais e melhoria dos processos de produção, de tal modo a aumentar a produtividade dos fatores de produção (terra, capital e trabalho). Assim, todos os esforços devem ser direcionados para o que, quando, como e para quem produzir. 

Outro aspecto a ser considerado é a questão organizacional. Por mais simples que seja o modelo organizacional, este é fundamental para a melhoria da rentabilidade de qualquer que seja a atividade do agricultor familiar. O pequeno agricultor é muito afetado pela compra dos insumos e na venda do seu produto. Via de regra, quem compra maiores quantidades paga preços menores e na venda de grandes quantidades obtém-se maiores preços por unidade. Assim, é fundamental organizar o sistema de compras de insumos e venda da produção.

Organizar a compra da produção parece menos complexa. No entanto, é mais complexo organizar todo o processo de produção, levando em conta o que produzir, a quantidade a ser produzida e a qualidade da produção, algo que exige constante acompanhamento. Por isso, torna-se fundamental uma efetiva assistência técnica que possa orientar os agricultores no planejamento da unidade de produção, incluindo o aporte de recursos financeiros. 

A questão da sucessão familiar é outro ponto que precisa ser considerado no processo, para aumentar a chance do negócio prosperar. É evidente que somente tecnologia, sob o ponto de vista agronômico, não é suficiente para a melhoria da produtividade e rentabilidade na agricultura familiar. É necessário, então, o envolvimento de todos aqueles que efetivamente estão envolvidos com o processo de produção agropecuária dos agricultores familiares, tais como instituições de pesquisa, de assistência técnica, prefeituras, dentre outras entidades de natureza pública ou privada. 

É evidente que para a melhoria da renda dos agricultores familiares, faz-se necessário um conjunto de esforços, que tenham como objetivo central a melhoria da produtividade e rentabilidade dos fatores de produção. Assim, será possível que estes agricultores familiares consigam que seus descendentes deem continuidade ao trabalho de produzir alimentos para atender a sua demanda e a da sociedade. Com a melhoria da renda, será possível assegurar adequada qualidade de vida para a família, além da modernização dos métodos e/ou processos de gestão da propriedade. O conhecimento é um fator que deve ser acrescentado de tal forma que a atividade propicie o mínimo de renda aos agricultores.

* por Fernando Mendes Lamas 

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