André Puccinelli, ex-governador de Mato Grosso do Sul, por dois mandatos com seu partido o MDB, que também foi prefeito de Campo Grande por duas vezes, ensaiou, esbravejou e apontou que poderia administrar a Capital pela terceira vez, ganhando as eleições de outubro de 2024, da qual seria candidato. Mas, com antíteses de tudo que falou, não será mais concorrente do pleito eleitoral deste ano, apesar de estar apontado como primeiro colocado em pesquisas.
Um dos políticos que já foi um dos mais influentes e ‘poderoso’ de MS, agora com dificuldades de maiores apoios politico e até financeiro para presente e futura campanha, André, oficializará a decisão, na tarde desta terça-feira (25), a qual já confirmou a pessoas próximas e até a imprensa em cada canal que já o buscou para tratar do assunto hoje ou nos últimos dois dias.
Líder nas pesquisas, o ex-prefeito da Capital e ex-governador do Estado, 75 anos, vai ser apontado novamente, como em outro caso, de ter ‘amarelado’ pela 2ª vez. Mas, sem o apoio que buscava do PL, com maior tempo de TV e estrutura financeira, bem como sem muitos recursos do próprio MDB, ele vai anunciar, que não será candidato a prefeito nem a vereador nas eleições deste ano em Campo Grande.
Assim, Puccinelli alegou que não terá estrutura para campanha, ainda que seja líder na maioria das pesquisas anunciadas até o momento. A desistência já era aguardada nos bastidores e não surpreendeu muita gente. Os próprios emedebistas desconfiavam, ainda que ele falasse que era pré-candidato.
Agora, com a desistência, ele tentará chegar a um consenso com pré-candidatos e a cúpula do MDB para decidir quem o grupo apoiará na eleição de outubro.
O futuros apoios
Puccinelli chegou a fazer um acordo com o PSDB, de parceria onde fosse possível, o que coloca o PSDB à frente na preferência, mas o PP também entrou na briga, após conversas com Tereza Cristina (PP). Ele também disse em uma oportunidade que poderia recuar em troca de apoio do PSDB para o Senado, em 2026.
André aponta que em reunião com os deputados estaduais, vereadores e pré-candidatos a vereador do MDB e do Solidariedade, ele vai decidir quem vai apoiar na eleição de Campo Grande.
Conforme o emedebista, cada um será chamado individualmente para escrever em um papel, a reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP) ou o deputado federal Beto Pereira (PSDB). Apesar de sinalizar que vai ouvir a maioria, ele antecipa que a tendência é apoiar o tucano.
Conforme a pesquisa do instituto 100% Cidades, realizada em parceria com o Futura Inteligência, o ex-governador liderava a simulação do primeiro turno com 28%, contra 16,4% de Rose Modesto (União Brasil), 11,3% de Adriane, 10,3% de Beto e 6,5% de Camila Jara (PT). Nas simulações de segundo turno, André bateria todos os adversários com mais de 50% dos votos.
HISTÓRIAS
Com informações do blog ‘O Jacaré, esta é a segunda vez na história que André “amarela”, como foi chamado pelo Correio do Estado pela primeira vez em 2002 e pegou. Na época, ele era apontado como o único candidato com chance de derrotar o então governador Zeca do PT.
Apesar do favoritismo, o emedebista não abriu mão do cargo de prefeito e lançou a então senadora Marisa Serrano (PSDB), que perdeu para o petista no segundo turno em uma das eleições mais acirradas em 40 anos de história de Mato Grosso do Sul.
Em 2018, André foi preso na Operação Lama Asfáltica e abriu mão da candidatura porque não quis fazer campanha atrás das grades e lançou o deputado estadual Junior Mochi (MDB). Em 2020, ele lançou o deputado estadual Márcio Fernandes (MDB). Em 2022, André disputou o Governo do Estado e liderou a maioria das pesquisas, mas acabou ficando de fora do segundo turno ao ser atropelado por Eduardo Riedel (PSDB) e Capitão Contar (PRTB).
“Não é amarelo, tenho algum legado”, rebateu André. Para ser candidato, André buscou apoio do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, informou que o partido já fechou com a reeleição de Adriane Lopes.
Puccinelli teve as duas gestões como prefeito marcadas por grandes obras, como o fim dos alagamentos na Avenida Fernando Corrêa da Costa, o prolongamento da Avenida Norte Sul, entre o Shopping Norte Sul e a Avenida Campestre, a Orla Morena (Avenida Fábio Zahran), a retirada dos trilho dos centros, a retirada dos camelôs das ruas centrais para o Camelódromo, a construção da atual Feira Central, a Avenida Lúdio Coelho, entre outros.
Ele destacou que deixou o mandato de prefeito com as finanças em dia, comprometendo apenas 42% da receita com o pagamento de pessoal, que hoje chega a 52%. Alguns projetos lançados por André não foram concluídos, como o Porto Seco, o PAC do Bálsamo (interligando o anel viário ao Jardim Pioneiros) e a ampliação do Aeroporto Internacional de Campo Grande.
Pré eleição 2024
André Puccinelli é o 3º candidato a desistir da disputa após os deputados estaduais Pedro Pedrossian Neto (PSD) e Lucas de Lima (PDT). Agora, a disputa pela prefeitura conta com Adriane Lopes, Beto Pereira, Beto Figueiró (Novo), Camila Jara (PT), Luso Queiroz (PSOL), Rose Modesto (União Brasil) e Professor André Luís (PRD).