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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Indígenas recorrem a governo estadual e MPF por "socorro" diante de crimes

Trás indí­genas morrem por semana nas aldeias da região sul do Estado. A taxa de homicí­dio de indí­genas na região é 400% maior que a dos não í­ndios em Mato Grosso do Sul, segundo levantamento do MPF-MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul). Diante do aumento da violáncia, lideranças indí­genas Guarani, Kaiowá e Terena se reuniram na manhã desta segunda-feira (17) com o secretário de governo, Eduardo Riedel, em um “grito de socorro” por segurança pública.

“Estamos trazendo a nossa dor. Não temos segurança nas aldeias, não tem mais remédio. Nós somos rezadores e não podemos mais rezar, a pessoa que vai para a igreja não pode mais sair e até as crianças que vão para escola tem que tomar cuidado. í‰ muito perigoso. í‰ o nosso choro que estamos trazendo”, descreveu a cacique da aldeia Jaguapiru, Alda Silva, durante coletiva imprensa na tarde de hoje.
Para as lideranças, o problema está diretamente ligado ao consumo de drogas e álcool. “Nós indí­genas sem a bebida e a droga não brigamos”, apontou o conselheiro indí­gena da nação Guarani, Getúlio Juca.
Na última semana, morreram em reservas indí­genas de Dourados, cidade a 233 quilômetros de Campo Grande, Josias da Silva Machado, de 48 anos, Pedro Avila Morales Filho, de 19 anos e Junior Abraão da Silva, de 31 anos. As mortes entram para os í­ndices de violáncia nas aldeias que, na contramão dos indicadores de Mato Grosso do Sul, cresceram nos últimos anos.
Entre 2012 e 2014, a taxa média de homicí­dios no Brasil foi de 29,2 a cada 100 mil habitantes. No estado, a taxa de homicí­dio é de 26,1 a cada 100 mil habitantes. Entre os indí­genas esse número dobra e chega a 55,9 a cada 100 mil habitantes. Quando o recorte é feito nas reservas indí­genas no sul do estado, a taxa de homicí­dio chega a 101,18 por 100 mil habitantes.
“O que nós pretendemos é que haja uma mudança de enfoque no Estado em relação í s populações indí­genas. Não é possí­vel que nós tenhamos í­ndices decrescentes de violáncia em relação a população como um todo e í­ndices crescentes de violáncia em relação a população indí­genas. í‰ um quadro aterrador, um flagrante de violação”, afirmou o procurador da república de MS, Marco Antônio Delfino de Almeida.
Para o procurador a reunião com o Governo do Estado é o primeiro passo para discutir a segurança nas reservas. “Essa reunião vem justamente para isso, para ver como vamos atuar para tornar os indí­genas efetivamente cidadão. Não só cidadão de papel, mas cidadão com acesso a todas as politicas pública, inclusive segurança”, disse.

Fonte: Campo Grande News

2019-06-18 08:31:00

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