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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Vícios no processo licitatório engessam gestão pública e paralisam obras, critica Reinaldo

O governador Reinaldo Azambuja apontou a atual legislação que norteia os procedimentos para abertura do processo de licitação pública no Brasil, a qual considerou arcaica e equivocada, como responsável pela paralisação de pelo menos 21 obras do Governo do Estado em 15 municí­pios. Ele disse que a lei em vigor abre precedentes de risco í  gestão pública, onde empresas são contratadas e não cumprem os contratos.

Em Mato Grosso do Sul, conforme levantamento da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), 19 obras de infraestrutura urbana licitadas e contratadas, com recursos federais e estaduais, não foram concluí­das na atual gestão porque as construtoras abandonaram os serviços. Dentre os contratos rescindidos pela Agáncia Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) inclui-se a reforma do prédio de uma delegacia de polí­cia.

“Precisamos urgentemente mudar a lei de licitação, que tem sido extremamente perversa ao bom andamento do serviço público, servindo de instrumento de empresas sem nenhum compromisso e responsabilidade para travar o desenvolvimento de diversos setores,  em prejuí­zo í  sociedade”, afirmou Reinaldo Azambuja.

Obra parada, dinheiro na conta

O governador considera o atual processo licitatório “arcaico e equivocado” e lamentou a não aprovação, pelo Congresso Nacional, de um projeto de lei que tramita desde a época em que ainda exercia o mandato de deputado federal (2011-2014). “Por que a obra não anda? Porque a empresa oferece o menor preço, ganha a licitação e não toca a obra por aquele valor. A empresa segundo colocada não assume a execução nestas condições e a obra para”, apontou.

Reinaldo Azambuja lamentou o fato de somente em Mato Grosso do Sul 21 obras contratadas estarem paralisadas, enquanto os recursos estão em caixa e a população sofre com os serviços essenciais não executados. “A lei da licitação está travando não só o Estado, mas o Brasil”, ressaltou. “Não adianta melhorar o controle interno e ter uma gestão transparente se não melhoramos as ferramentas que permitem fazer essa gestão mais eficiente”, cobrou.

O governador citou, dentre as obras paralisadas, a reforma do Ginásio Guanandizão, em Campo Grande, que foi lançada inicialmente em julho do ano passado com recursos do Estado e execução da Prefeitura. Em janeiro desse ano, a obra foi novamente licitada, ao custo de R$ 1,8 milhão. â€œí‰ inconcebí­vel o gestor público ficar com dinheiro parado na conta, na atual conjuntura econômica, enquanto a população não se beneficia do bem público”, questionou.

Contratos rescindidos pela Agesul

Conforme relatório da Seinfra/Agesul, 19 obras de infraestrutura urbana (pavimentação e drenagem) foram abandonadas pelas empresas contratadas, nos municí­pios de Porto Murtinho, Terenos, Rochedo, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, Aparecida do Taboado, ígua Clara, Chapadão do Sul, Japorã, Aral Moreira, Nova Alvorada do Sul e Tacuru. Em Bodoquena não foi executada a reforma do prédio da delegacia de polí­cia.

Somente a empresa Construpontes Construtora e Serviços deixou de cumprir sete contratos (seis de infraestrutura urbana e a reforma do prédio da delegacia) com o Estado. Além dela, a Agesul rescindiu contratos com a Construtora Aurora, Construtora J. Gabriel, Decimal Engenharia (duas obras), HSP Menezes Construções (trás obras), Mariju Engenharia (quatro obras) e RMW Empreendimentos (duas obras).

Texto: Sí­lvio Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)

Fotos: Edemir Rodrigues

2019-05-13 08:08:00

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