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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Idoso de Japorã tenta encontrar família no Espírito Santo

Figura folclórica na região limí­trofe entre os Municí­pios de Japorã e Sete Quedas, no extremo sul de Mato Grosso do Sul, o senhor Joventino de Toledo, mora há quase 40 anos em uma faixa de terra, localizada na Linha Internacional, que faz a separação entre o nosso Paí­s e o vizinho Paraguai. O local onde ele mora pode ser considerado uma “terra de ninguém”, pois é o canteiro que separa a estrada brasileira da Paraguaia.

Conhecido popularmente como “Zé Preto”, esse capixaba de sorriso fácil, é uma pessoa acolhedora. O jeito simples com que narra os apuros por qual já passou, dá a certeza que é um forte talhado no calor da batalha. Mora em um barraco de lona, de uma única peça, sem porta e na companhia de dois cães vira-latas. Tem no local uma tarimba (cama rústica), sobre a qual está um colchão de casal e duas cobertas, que divide com seus companheiros de lar. Sobre um armário improvisado, parte de uma cesta básica, doada pela Assistáncia Social de Japorã. A comida é preparada em um fogão de barro, que fica em uma varanda, também coberta de lona. A água usada na alimentação, para beber ou tomar banho, vem da chuva ou de algum sí­tio vizinho.

Mesmo não possuindo documentos, que foram extraviados há muito tempo, este senhor analfabeto, do alto de seus 72 anos de idade, faz questão de frisar que nasceu no dia da Independáncia do Brasil, no ano de 1947, em Ecoporanga, no Estado do Espí­rito Santo. Ele não recebe nenhum tipo de benefí­cio social e nem é aposentado, vivendo de doações dos vizinhos e transeuntes, que passam pelo local conhecido como “Correntão”, distante quase 50 quilômetros do Núcleo urbano de Japorã.

Emocionado, conta que em meados da década de 60, integrou uma comitiva que, em uma caminhão “pau de arara”, saiu de sua terra natal e após vários dias de uma sofrida viagem, desembarcou em Lovat, povoado próximo a Umuarama (PR), para trabalhar na colheita de café. Passado alguns meses, o grupo retornou para o Nordeste, mas Zé Preto, que tinha o hábito de frequentar uma zona do baixo meretrí­cio, resolveu ficar perto daquelas “moças bonitas”, que o tratavam muito bem. Após algum tempo, com o serviço escasseado, ele mudou-se para Assis Chateubriand, também no Paraná e após dois anos, fixou residáncia na cidade Paraguaia de La Paloma e de lá resolveu ir para onde reside atualmente, tendo trabalhado, enquanto a idade lhe permitia, nas propriedades rurais da região como diarista.

Solteiro e sem nenhum filho, ele foi convidado por Policiais Militares de Japorã para se mudar para um Asilo de Mundo Novo, cidade vizinha, onde teria um quarto, com cama boa, chuveiro quente, comida, remédio, roupas e cuidados com o asseio pessoal, além de tratamento médico, pois está com alguns problemas de pele e “bichos de pé”, ele disse que não quer ir para o local, lembrando que lá não pode tomar uma “pinguinha” e nem teria lugar para seus cachorros.

Porém ele manifestou interesse em rever familiares que ficaram em sua distante Ecoporanga. Ele é o filho mais velho de Joviano Toledo e Sebastiana Barreto, que acredita, terem falecidos. Dos irmãos, se lembra de Jorge, Maria Madalena, “Nená” e “Nininho”. Pediu ajuda aos policiais para tentar encontrar os parentes. 

Quem conhecer a famí­lia dele pode fazer contato com a Polí­cia Militar de Japorã pelo fone (67) 3475 1150 ou pelo email [email protected], ou ainda [email protected].

Fonte: PM

2018-11-08 15:19:00

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