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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

O que se sabe do caso Rayane, estudante morta após festa em Mogi

Rayane Alves Paulino, de 16 anos, desapareceu após ir a uma festa paga em Mogi das Cruzes, e seu corpo foi encontrado em uma área de mata em Guararema, oito dias depois. Michel Flor da Silva, de 28 anos, foi preso sob suspeita de estuprar e matar a jovem.

Oito dias após a estudante Rayane Paulino Alves, de 16 anos, desaparecer depois de ir a uma festa paga em Mogi das Cruzes, a polí­cia encontrou o corpo dela na Estrada Francisco Lerário, em Guararema. O suspeito do crime, Michel Flor da Silva, de 28 anos, foi preso na madrugada de quarta-feira (31).

A polí­cia chegou até o suspeito depois de, entre outras ferramentas, colher imagens da câmera de monitoramento do terminal rodoviário em que ele trabalhava como segurança, e de encontrar uma caneta dele no local onde o corpo da jovem foi desovado.

Segundo a polí­cia, o suspeito confessou o homicí­dio e disse que o fez porque a jovem havia consentido a relação sexual entre os dois, mas depois se arrependeu e disse que iria denunciá-lo pelo crime de estupro.

Veja o que se sabe até agora sobre o caso Rayane:

1. Rayane Paulino Alves, de 16 anos, era aprendiz em uma indústria automobilí­stica, cursava inglás e fazia o segundo ano do ensino médio. Saiu na noite do sábado 30 de outubro para ir a uma festa com as amigas, foi estuprada, morta e teve o corpo desovado em uma área de mata de Guararema.

2. Duas amigas, segundo a famí­lia de Rayane, as jovens estudavam juntas no perí­odo noturno de uma escola em Mogi das Cruzes. Elas convidaram a estudante para ir í  festa na noite de sábado e contam que Rayane decidiu ir embora sozinha.

3. Marlene e Marcio Paulino, pais de Rayane, eles contam que a filha disse que iria í  festa com as amigas na noite de sábado e faria contato pedindo para que eles fossem buscá-la ao término do evento. Já na manhã de domingo, eles tentaram contato com a filha, mas não conseguiram.

4. Motorista de aplicativo, segundo a polí­cia, homem de mais idade que encontrou Rayane caminhando durante a madrugada na Rodovia Mogi-Guararema. Ele alertou que ela estava indo para o sentido errado, diante da informação que ela tinha interesse em ir a Mogi, e a ofereceu carona até o terminal de Guararema. Para a polí­cia, ele não tem envolvimento no estupro e morte da jovem.

5. Michel Flor da Silva, bombeiro civil, segurança e lutador de capoeira há 12 anos, tem 28 anos, é casado, pai de dois filho, trabalha em uma empresa terceirizada de segurança na Rodoviária de Guararema. Ele confessou, segundo a polí­cia, ter matado a jovem após uma relação sexual entre os dois.

Cronologia, segundo a investigação da Delegacia de Homicí­dios de Mogi


Sábado, 21 de outubro

  • Rayane vai í  igreja e volta para casa da famí­lia e diz que foi convidada a ir para uma festa na companhia de duas amigas
  • O pai a leva até a casa de uma das amigas e deixa combinado de que ele a buscaria no sí­tio em que a festa era realizada quando ela ligasse para ele avisando que gostaria de ir para casa
  • Durante a festa, as amigas de Rayane contam que ela decide ir embora porque não estava gostando do evento
  • Ela deixa o evento í  pé e, ao invés de seguir no sentido Mogi da Rodovia Mogi-Guararema, segue rumo contrário.


Domingo, 22 de outubro

  • Na primeira hora do dia, Rayane segue caminhando sentido Guararema quando o motorista de aplicativo a encontra. Eles conversam e ele a alerta que ela está no sentido errado, já que a intenção é acessar Mogi. Ele oferece carona para ela até a Rodoviária de Guararema.
  • Por volta da 1h, Rayane chega ao terminal rodoviário. Caminha pela estrutura e senta-se.
  • O segurança Michel Flor da Silva vai até a jovem, lhe oferece uma jaqueta e água, mas ela não aceita. Os dois conversam e ele a promete a ela uma carona até Mogi
  • rastreador do celular de Rayane mostra que ela foi até a cidade de Jacareí­ e possivelmente São José dos Campos
  • í€s 2h10 da manhã, o celular de Rayane liga para a polí­cia. A chamada dura 14 segundos, mas não completa
  • í€s 5h, os pais da jovem percebem que ela não está em casa e começam a mobilização para encontrá-la

Operações de buscas e encontro do corpo

Na segunda-feira, dia 22 de outubro, os pais de Rayane espalharam vários cartazes pela cidade com fotos dela e o telefone de familiares para contato. Na dia seguinte, o celular da estudante é localizado por um trabalhador que passava no km 170 da Rodovia Presidente Dutra, na altura de Jacareí­.

Com o apoio de uma ONG do interior de São Paulo que tem cães farejadores, a famí­lia começa a fazer buscas pela jovem com o auxilio dos animais. Eles farejam que ela deixou o sí­tio em direção a Guararema.

Na área onde o celular da jovem foi localizado, os cães ficam eufóricos. As buscas são encerradas por conta do anoitecer e retomadas na manhã do dia seguinte, sexta-feira, dia 26. Durante todo o dia, os animais apontaram que o corpo poderia estar em um lago.

Diante desta possibilidade, equipes do Corpo de Bombeiros e mergulhadores de Jacareí­ fizeram as buscas já no sábado, dia 27, mas informaram que não encontraram qualquer vestí­gio de que a jovem estaria por lá.

Houve buscas ainda no bairro Bela Vista, em Jacareí­, com o apoio do helicóptero íguia, depois de uma denúncia anônima. 

Mas o corpo, em avançado estado de decomposição, foi encontrado apenas no domingo (28) em Guararema. A mãe fez o reconhecimento no dia seguinte, no Instituto Médico Legal (IML) de Mogi das Cruzes, com base na cor do esmalte e em uma tornozeleira.

O corpo da jovem é enterrado no Cemitério da Saudade, em Brás Cubas, sob cerimônia acompanha por centenas de pessoas, no final da tarde de segunda-feira (29).

Na terça-feira, dia 30 de outubro, a polí­cia dá a primeira entrevista coletiva do caso. Diz que está prestes a elucidar o crime .

31 de outubro

  • No começo da madrugada, a polí­cia vai até a casa de Michel Flor da Silva, em Guararema, o principal suspeito do crime
  • Ele está no trabalho, mas vai até a casa depois de uma ligação de sua esposa. Chegando lá, os investigadores pedem uma caneta a ele e ele entrega uma igual í  caneta verde, com detalhes na corta prata e o nome de uma construtora que a polí­cia encontrou no local em que o corpo foi encontrado.
  • Ele começa a depor í  polí­cia, entra em contradições e acaba confessando o crime, segundo a polí­cia
  • Ele é preso e encaminhado ao CDP de Mogi das Cruzes
  • O delegado do Setor de Homicí­dios, Rubens José í‚ngelo, e o seccional de Mogi das Cruzes, Jair Barbosa Ortiz, dão uma entrevista coletiva
  • Delegado divulga que Michel deixou o terminal rodoviário com a intenção de fazer sexo com Rayane, de forma consensual ou não
  • Para chegar até ele, a polí­cia rastreou o celular da ví­tima, utilizou imagens de câmera de monitoramento e colheu depoimentos
  • Segundo a polí­cia, Michel diz que fez sexo consensual com a Rayane, no km 170 da Presidente Dutra, mas depois ela se arrependeu, disse que iria denunciá-lo í  polí­cia, e chuta a perna dele. Neste momento, ele dá um golpe mata-leão nela
  • Ele joga o celular dela neste local e leva ela para desovar em uma área de mata da Avenida Francisco Lerário, em Guararema. Lá, percebe que ela ainda está viva e decida asfixiá-la com o cadarço da bota que a jovem usava
  • Polí­cia divulga que Michel será indiciado pelos crimes de estupro e homicí­dio quatruplamente qualificado: motivo torpe, impedir defesa da ví­tima, asfixia e por ocultar a vantagem de outro crime, que seria o estupro.

Fonte: G1

2018-11-01 15:30:00

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