Coamo diminui volume de carretas e matéria prima da Coopersa sobe 28%
Clesio Ribeiro
A greve de 11 dias dos caminhoneiros terminou, mas o problema da paralisação e desabastecimento de alguns setores da economia continua. A instabilidade provocada pela indefinição do preço mínimo do frete está causando insegurança e aumento de preço de alguns produtos, principalmente os ligados ao agronegócio que são totalmente dependentes do transporte rodoviário.
O Jornal A Gazeta entrou em contato com alguns setores locais ligados ao transporte e também ao agronegócio e constatou os efeitos negativos. Eduardo Xavier do Nascimento, gerente da unidade da Coamo Agroindustrial Cooperativa em Amambai, disse que o valor mínimo tabelado para o frete, de R$ 0,90 por quilômetro rodado por eixo, é inviável.
A Coamo vem trabalhando bem abaixo da sua capacidade normal. Segundo Eduardo, normalmente a Coamo utiliza 20 carretas diariamente no transporte de produtos, e atualmente vem utilizando no máximo 5 carretas por dia. E o que preocupa também é que em 15 dias começa a colheita do milho safrinha e os silos estão cheios, já que o escoamento da produção está prejudicado.
A gerente geral da Coopersa – Cooperativa Agroindustrial Amambai, Simone Marssaro, disse ao A Gazeta que a instabilidade com o aumento do frete tem afetado diretamente na compra da matéria prima utilizada para a produção da nutrição animal. Além do aumento de 28% no valor dos produtos, para conseguir um caminhão para fazer o frete também está difícil.
A Coopersa gera 31 empregos diretos e outros 60 indiretos que já vem sendo afetados.
Um empresário do setor de transportes de Amambai, que preferiu não se identificar, disse que a tabela é impraticável, além de ser inconstitucional. Para ele, o mais correto é a livre lei da concorráncia.
Na semana passada, o Ministério da Fazenda anunciou que a greve dos caminhoneiros causou prejuízo de R$ 16 milhões na economia, incluindo queda na produção e arrecadação tributária. E com a falta de uma definição no valor do frete a indústria continua sendo prejudicada.
A Agáncia Nacional dos Transportes (ANTT) já lançou duas tabelas que não foram aprovadas e uma terceira tabela deve ser publicada esta semana. No entanto, não está fácil encontrar um denominador que agrada os caminhoneiros e o setor da indústria e do agronegócio. E no final a conta vai sobrar para o consumidor.
Fonte: A Gazeta News
2018-06-19 01:29:03