Mais de 67 mil pessoas receberam o auxílio emergencial no Cone Sul do MS. O benefício é destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais, mães solteiras, autônomos e desempregados, como forma de proteção emergencial no período de enfrentamento í crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid 19), pelo período de trás meses. No dia 30 de junho, o Governo Federal anunciou que o benefício será prorrogado por mais dois meses.
De acordo com os dados do Portal da Transparáncia só do auxílio emergencial, o Cone Sul do MS (Amambai, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Caarapó, Tacuru, Sete Quedas, Paranhos, Juti, Naviraí, Itaquiraí, Eldorado, Iguatemi, Mundo Novo e Japorã) recebeu aproximadamente R$ 50 milhões divididos entre 67.851 beneficiários. Confira no mapa a quantidade que cada município já recebeu.
A chegada do auxílio não só animou quem recebeu o dinheiro, como também renovou as esperanças do comércio da região. O presidente da ACIA (Associação Comercial e Empresarial de Amambai), Clemente Júnior, comenta que a associação está atenta aos reflexos da pandemia e em levantamento recente, constataram um saldo positivo junto í s empresas do município, considerada. âSem dúvida que esse auxílio ajudou e muito. O nosso comércio, com pouquíssimas exceções, não sentiu praticamente nada e alguns setores ainda tiveram um aumento de receitaâ, comenta o presidente, acrescentando ainda que a economia do município tem se beneficiado também com o bom momento que vive o agronegócio.
Baseado no estudo ;Efeitos do desemprego, do Auxílio Emergencial e do Programa Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (MP 936) sobre a renda, a pobreza e a desigualdade durante e depois da pandemia; do Rogério Jerônimo Barbosa (USP) e Ian Prates (Cebrap), o economista Thiago Gastaldello explica que os valores disponibilizados tendem a movimentar a economia, mas faz um alerta para o período pós-pandemia.
âO volume de recursos transferidos para os moradores do Cone Sul merece uma ;comemoração cautelosa;. Comemora-se o fato de que inúmeras famílias não ficaram í margem da política pública durante a pandemia. Ocorre que o benefício tem caráter emergencial e é voltado justamente í população de baixa renda. Assim, o volume de recursos transferidos reflete também nossas desigualdades: quanto maior a pobreza, maiores são os recursos disponibilizados. Em muitos casos, o valor do benefício chega a ser superior í renda domiciliar das famílias atendidas, o que representa uma ampliação momentânea da renda. Esse aumento na renda pode ajudar a explicar a ampliação das vendas em determinados segmentos. Mas é importante que nos lembremos de que o objetivo do programa não é o de combater desigualdades sociais, mas sim o de minimizar os impactos econômicos da pandemia. E quando a pandemia e o benefício acabarem, o que devemos esperar? A recuperação econômica não ocorre do dia para a noite. Pesquisadores da USP e do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) já apontam que, extinta a Renda Básica Emergencial, a pobreza pode atingir um quarto da população brasileira e a desigualdade pode voltar a crescer vertiginosamenteâ, analisa o economista.
Fonte: Raquel Fernandes/ Grupo A Gazeta
2020-07-09 10:33:00