Um bebê de 4 meses morreu no Hospital Regional de Amambai, na terça-feira (14), após ter sido atendido em posto de saúde, passar por consulta médica, ser atendido no plantão do hospital e, por último, passar pelo atendimento de emergência.
O caso veio à tona na tarde desta quinta-feira (16), quando o pai da criança procurou a Delegacia de Polícia de Amambai para registrar um Boletim de Ocorrência.
Conforme o BO 43/2025, na manhã do dia 13, o bebê passou pelo atendimento médico no posto de saúde da Vila Guape, onde recebeu atendimento e foi medicado, conforme consta no receituário, foi receitado bromoprida 4mg/ml, dipirona sódica 50mg/ml e Provence mini, e a médica informou que a criança estaria possivelmente com uma virose.
No mesmo dia, à tarde, o bebê foi atendido no Posto de Saúde Central por uma médica pediatra, que receitou amoxilina 250mg/5ml, dipirona gota e floax 5m; a médica teria informado que o bebê estava com inflamação na garganta.
O pai afirma que de manhã a criança foi medicada conforme o receituário do posto de saúde e à tarde, conforme o receituário da pediatra, exceto a dipirona, já que, segundo o pai, o bebê sempre tomou paracetamol para febre.
No outro dia, 14, por volta das 4h20 (madrugada), como a febre não baixava (38 graus), o bebê foi levado ao Hospital Regional de Amambai, onde foi atendido pelo médico de plantão.
O primeiro atendimento no HR, conforme o BO, foi realizado por um técnico de enfermagem, que fez uma compressa fria, com água e álcool, com o intuito de baixar a febre.
Depois de cerca de 30 minutos chegou o médico de plantão e perguntou aos pais como o bebê estava, no que responderam que estava com febre, náusea e que havia acabado de vomitar.
Então o médico perguntou aos pais se o bebê já havia tomado dipirona. Os pais informaram que não, e que, sempre tomou paracetamol para baixar a febre. No que, afirma o pai, foi aplicado dipirona intramuscular, conforme consta no prontuário da criança.
Ainda conforme o BO, por volta das 6h20 do dia 14, o bebê recebeu alta, estando com o estado febril (37,6 graus).
Por volta das 8h30 do mesmo dia 14, o pai percebeu que a criança estava ficando com aspecto cianótico (termo técnico de enfermagem que se refere ao paciente com a pele azulada) e com hipotermia, e retornou com ela ao hospital. O bebê chegou ao hospital com a temperatura de 34 graus e foi atendido por três médicos.
O tratamento, segundo relatou o pai no BO, foi com máscara O2, aquecimento com manta térmica, bolsa de água quente e aspiração das vias aéreas, o que não resultou em melhora do quadro clínico.
Ainda no hospital, por volta das 9h35, o bebê apresentou parada cardiorespiratória, sendo necessário fazer a aplicação de adrenalina intramuscular e iniciada a entubação. E por volta das 10h do dia 14, o bebê veio a óbito.
Os pais da criança desejam que seja realizado um novo laudo médico em outro IML/ laboratório de outra cidade, que comprove a causa da morte do seu filho.
O delegado de Polícia, Dr. Fernando Henrique Araújo Silva, deliberou que fosse confeccionado o Boletim de Ocorrência com o fato típico de morte a esclarecer, atualizando posteriormente para homicídio culposo.
O jornal A Gazeta falou com o pai da vítima, que confirmou o mesmo relato do Boletim de Ocorrência. O casal (o pai de 32 e a mãe de 22), está casado há 5 anos e este era o seu primeiro filho.
Procurada pela Gazeta, a direção do Hospital Regional demonstrou surpresa com a repercussão do caso e disse que foram feitos todos os procedimentos médicos e hospitalares pontuais, e aguarda as informações sobre a causa da morte, lamentando o ocorrido.
Por Clesio Damasceno