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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Colheita de milho no Cone Sul do MS entra na reta final sob impacto de desafios climáticos

A colheita de milho da safra 2023/2024 está em reta final em Mato Grosso do Sul, com muitos municípios do Cone Sul já tendo finalizado seus trabalhos no campo. Dados preliminares do Projeto SIGA-MS, conduzido pela Aprosoja-MS, indicam que, até o dia 16 de agosto, 91% da área plantada foi colhida, atingindo aproximadamente 2,018 milhões de hectares. No Cone Sul, as condições climáticas adversas, especialmente a seca e as temperaturas elevadas, afetaram significativamente a produtividade da safra, trazendo desafios para os produtores.

Situação no Cone Sul

Municípios do Cone Sul, como Amambai, Caarapó e Iguatemi, apresentaram grandes variações na produtividade média do milho. Conforme informações preliminares fornecidas pela Aprosoja-MS, Amambai, por exemplo, finalizou sua colheita com uma produtividade média estimada de 47 sacas por hectare. No entanto, a colheita na região foi marcada por perdas expressivas.

Rodrigo Lorenzetti, presidente do Sindicato Rural de Amambai, destacou em entrevista que o cenário enfrentado pelos produtores foi desafiador. “Nós tivemos uma quebra muito grande devido ao clima e aquelas temperaturas altas lá atrás. Devemos fechar com uma média de 35 a 40 sacos por hectare”, afirmou. Ele também comentou sobre o aumento no custo de produção, que, devido à queda nos preços e às condições da lavoura, chegou a atingir entre 50 e 55 sacas por hectare. “Hoje, o preço do milho não acompanha os custos”, acrescentou Lorenzetti.

Desempenho regional e estimativas

Nos demais municípios do Cone Sul, a variação da produtividade foi significativa. Caarapó, por exemplo, apresentou uma média de 75 sacas por hectare, enquanto Iguatemi enfrentou uma das maiores quedas, com apenas 30 sacas por hectare.

Os dados do Projeto SIGA-MS mostram que, de maneira geral, a região sul do estado teve as piores condições de cultivo, com até 59% das lavouras em condições ruins, principalmente devido à estiagem prolongada. Mesmo com áreas de boa produtividade em algumas localidades, a média geral no estado foi fortemente impactada.

A Aprosoja-MS estima que a produção total do milho nesta safra será de 9,285 milhões de toneladas, uma queda de 34,7% em comparação ao ciclo anterior. A produtividade média no estado foi estimada em 69,77 sacas por hectare, representando uma retração de 30,7% frente à safra passada.

Colheita de milho no Cone Sul do MS entra na reta final sob impacto de desafios climáticos
Média de produtividade de cada município. Tabela: A Gazeta

Impacto econômico

A colheita de milho em Mato Grosso do Sul, além das questões climáticas, enfrentou um mercado com oscilações nos preços. Segundo a Aprosoja-MS, enquanto o milho teve uma valorização de 0,78% entre os dias 12 e 16 de agosto de 2024, sendo negociado a R$ 48,75 a saca, o custo elevado de produção permanece uma preocupação central para os produtores da região.

Colheita de milho no Cone Sul do MS entra na reta final sob impacto de desafios climáticos
Resumo dos índices da Aprosoja-MS em municípios do Cone Sul. Tabela: A Gazeta

Com a colheita praticamente concluída no Cone Sul, os produtores agora aguardam os resultados finais das análises de produtividade e os impactos econômicos que esta safra trará para a região.

Fonte: A.N./Grupo A Gazeta

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