Nesta semana foi comemorado o Dia da Vacina BCG, destinada a recém-nascidos e crianças de até quatro anos, que protege pulmões, ossos, rins e meninges. Em Campo Grande, a cobertura vacinal do imunizante é de 71,5%, abaixo da meta de 90%. A vacina da gripe também imunizou apenas 38% dos grupos prioritários, apenas um terço da meta.
Dados do Ministério da Saúde e das secretarias locais mostram que outros imunizantes também sofreram baixa procura nos últimos meses, inclusive aqueles cuja cobertura sempre foi alta, como a vacina contra a poliomielite. Os números preocupam os profissionais da saúde, inclusive os que atuam no sistema de atenção domiciliar.
O enfermeiro da KZT – Atenção Médica Domiciliar. Edson Júnior, conta que a empresa mantém seus assistidos com o calendário vacinal em dia, até mesmo os acamados. “Quando o paciente não pode se locomover até as unidades de saúde, os familiares ou a própria agente comunitária contacta a enfermeira do posto e ela vai aplicar”, diz.
Em tempos de informações falsas disseminadas com facilidade, muitas pessoas deixaram de se imunizar acreditando não ser necessário ou até mesmo que correria algum risco. O profissional da saúde rebate. “A vacina é segura sim, ela é liberada após uma série de estudos, pesquisas e testes. No Ministério da Saúde existe o PNI (Programa Nacional de Imunização) e através desse programa as doses são liberadas para os Estados”, explica.
Muitas vezes os idosos, público que muitas vezes não atingem as metas, sentem receio de se vacinar por medo das reações. “O que as pessoas precisam entender é que na vacina há antígenos, que são vírus inativos. Ou seja, ninguém fica doente pela vacina, pode talvez ter uma reação a um componente presente”, fala.
Edson também lembra sobre a exigência da vacinação em dia para a realização de diversas atividades, como viagens, participação em processos seletivos e até mesmo matrícula escolar.
Perdi minha carteirinha, e agora?
Desde meados de 2016 o sistema de saúde do país tem registros digitais. Para solicitar a segunda via da carteira de vacinação, o cidadão deve ir à unidade básica de saúde mais próxima da sua casa buscar no sistema quais vacinas foram administradas recentemente.
As que não tiverem registro serão aplicadas apenas caso prescrita por um médico após avaliação. “O profissional vai determinar quais são necessárias, pois cada paciente é único. Algumas, inclusive, precisam de laudo médico para serem aplicadas. Outras são doses únicas, mas foram atualizadas”, explica Edson.
Através dos aplicativos “Meu SUS” e “MS Digital” o cidadão pode acompanhar as doses de vacina que recebe, como um cartão de vacina digital.