As redes municipais de educação de Antônio João, Aral Moreira, Caarapó, Naviraí e Tacuru, serão as primeiras do país a receberem a primeira formação em MM (Mentalidades Matemáticas) voltada à Educação Infantil. O método visa quebrar o mito de que aprender Matemática é para poucos.
A formação intensiva, que ocorrerá entre os dias 18 e 22 de março, capacitará 35 técnicos responsáveis pela formação de professores atuantes na Educação Infantil desses municípios de MS. Juntas, as cidades que receberão a primeira formação em MM voltada à Educação Infantil somam 1.844 alunos, 429 professores e 39 escolas no Ensino Infantil
Promovido por uma parceria entre o Itaú Social, a FADEB/MS (Fundação de Apoio e Desenvolvimento à Educação Básica) e o Instituto Sidarta, o curso capacitará os participantes na abordagem concebida pela educadora Jo Boaler, da Universidade de Stanford, dos Estados Unidos.
A Gerente de Inovação Educacional do programa Mentalidades Matemáticas, Marina França, explica que a abordagem baseia-se em estudos da neurociência, matemática e psicologia para mostrar que a matemática é acessível a todos, desde que tenham as condições adequadas para isso.
“O nosso princípio é de que todo mundo é capaz de aprender matemática. O educador, e todo mundo que está envolvido nesse processo, precisa acreditar que todo estudante é capaz. Se não acreditamos, não damos a oportunidade para esse aluno aprender. Então, nosso objetivo é criar condições adequadas para que os estudantes possam aprender de forma eficaz”, explica Marina.
Segundo ela, por meio de atividades criativas e visuais, a iniciativa busca estimular uma nova forma de pensar e se relacionar com a matemática, que frequentemente é enfrentada com “resistência” por alguns estudantes.
Marina também ressalta que o programa procura auxiliar o processo educacional em todas as áreas de conhecimento.
A matemática é uma ciência de padrões, não é só fazer conta. É elaborar conjecturas, testar essas conjecturas é observar padrões. E esses padrões estão presentes no mundo, na natureza, nas relações humanas. Tudo isso é importante para depois o sucesso durante toda a trajetória acadêmica, inclusive no processo de alfabetização”, aponta a gerente do programa.
Marina também comenta que o método também procura entender como é a mentalidade do estudante em relação a uma matéria escolar. Ela menciona que é preciso desmistificar a ideia de que as pessoas só podem ser de“ humanas” ou de “exatas”.
“Todos somos capazes de aprender e de ser de exatas, biológicas ou humanas. Essa capacidade precisa ser desenvolvida na mentalidade do aluno, mostrando que ele pode enfrentar os desafios. Isso é fundamental para transformar o processo de aprendizagem”, defende Marina.
Apesar de ser uma abordagem estadunidense, Marina explica que é a primeira vez que o método será aplicado no Ensino Infantil.“O mais interessante é que essa é uma experiência inédita. Nem mesmo Jo Boaler, a criadora da abordagem, realizou esse tipo de trabalho nos Estados Unidos. Estamos criando algo verdadeiramente brasileiro e adaptando essa abordagem ao nosso contexto, tropicalizando-a, como costumamos dizer”.