Em alusão ao Dia da Mulher, celebrado nesta sexta-feira, 8 de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o estudo Estatísticas do Gênero 2022, que tem como intuito trazer informações que permitem uma análise interseccional das desigualdades relacionadas aos temas empoderamento econômico, educação, saúde e serviços relacionados, vida pública e tomada de decisão e direitos humanos das mulheres e das meninas.
Segundo o levantamento, Mato Grosso do Sul é o terceiro estado com a menor proporção de prefeitas de todas as Unidades da Federação, com 5 eleitas em 79 municípios no pleito de 2020. Em cinco anos, MS caiu quatro posições quanto ao número de mulheres eleitas prefeitas. No ano de 2016 a proporção chegava a 8,9%, porém em 2020 caiu para 6,7%.
Desde as eleições, outras duas mulheres, vice-prefeitas, assumiram o cargo: Adriane Lopes, em Campo Grande, após a renúncia de Marquinhos Trad em abril de 2022, e Zenaide Espíndola Flores, em Laguna Carapã, após a morte do até então prefeito, Ademar Dalbosco, em dezembro de 2023.
Os estados com maior proporção de prefeitas são: Roraima (26,7%), Rio Grande do Norte (22,4%) e Alagoas (21,8%). Nas três últimas posições estão o Mato Grosso do Sul (6,7%), o Amapá (6,3%) e o Espírito Santo (1,3%).
Na Câmara dos Deputados…
Das oito cadeiras de Mato Grosso do Sul na Câmara dos Deputados, apenas uma é ocupada por uma mulher. De acordo com a proporção, o número representa 12,5%.
O estado volta ao patamar do ano de 2017, quando possuía essa mesma proporção, o que representa uma queda se comparado a 2020, quando teve duas parlamentares (25,0%). Isso faz com que MS ocupe a 20ª posição no ranking entre as Unidades da Federação (UFs).
Nos três primeiros lugares estão o estado do Acre (37,5%), Amapá (37,5%) e Mato Grosso (37,5%). Nas últimas posições estão o Amazonas, Tocantins, Piauí, Paraíba e Alagoas com nenhuma representante do sexo feminino.
Na Câmara de Vereadores…
Em se tratando das câmaras de vereadores a proporção melhora. Do total de 847 cadeiras no estado, 162 são ocupadas por mulheres, número que representa proporção de 19,1%.
Com isso, MS ocupa a 6ª posição, atrás do Rio Grande do Norte (21,6%), Acre (20,8%), Piauí (20,0%), Maranhão (19,3%) e Rio Grande do Sul (19,2%). As últimas três posições estão ocupadas por Rondônia (11,8%), Espírito Santo (10,8%) e Rio de Janeiro (10,0%).
Candidatura de mulheres
Quando o assunto são as mulheres candidatas para a câmara dos deputados, houve um crescimento de 1,6% em nove anos, porém uma queda de quinze posições no ranking entre as UFs. No ano de 2014 a proporção de mulheres candidatas a câmara dos deputados era de 33,8%, e em 2022 foi de 35,4%. Em 2014 MS ocupava a 5ª posição, mas em 2022 caiu para a 20ª posição entre as UFs. Nas últimas eleições, de 2022, as três melhores posições ficaram com o Piauí (41,8%), Roraima (40,0%) e Amapá (39,6%). Os estados da Bahia (32,6%), de São Paulo (32,5%) e do Rio de Janeiro (32,4%) ficaram nas últimas posições.
Na mesma linha, tem-se a proporção de mulheres por classes de receita da candidata. O estado de MS caiu da décima posição (2018) para a última posição em 2022 quando considerada a receita de um milhão ou mais. Em 2018, a proporção era de 28,6% de candidatas com receita de um milhão ou mais, enquanto em 2022 essa proporção caiu para 13,3%.
No ranking entre as UFs, em 2022, as três maiores proporções ficaram com o Acre (44,4%), o Tocantins (44,4%) e Sergipe (42,9%). As três últimas posições figuraram o Maranhão (17,6%), o Rio Grande do Sul (15,9%) e, como dito anteriormente, o Mato Grosso do Sul (13,3%).
Cargos Gerenciais
Com o total de 40 mil pessoas, MS obteve a proporção de 67,5% de homens e 32,5% de mulheres ocupando cargos gerenciais.
Assim, o MS registrou a 21ª posição entre as UFs no quesito participação das mulheres em cargos gerenciais, com o Acre (58,6%), o Amapá (51,5%) e São Paulo (44,8%) nas três primeiras posições.
As últimas colocações ficaram com o Ceará (28,5%), Goiás (26,1%) e o Piauí (22,8%). Apesar do resultado, analisando o período de dez anos, houve um avanço em MS. O estado saltou seis posições, saindo da última posição em 2013 (25,2%) para a 21ª atualmente (2022).
Isso também pode ser observado na variável de rendimento. Enquanto em 2013, uma mulher que ocupava cargo gerencial em MS tinha um rendimento médio de R$ 3.862, em 2022 esse valor passou para R$ 6.138. Contudo, o valor de 2022 ainda é quase 15% abaixo do valor recebido por um homem (R$ 7.195).