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sábado, 23 de novembro de 2024

Retrospectiva 2023: o ano em que MS se apropriou, discutiu e traçou planos para decolar na Economia Criativa

“A viagem não acaba nunca, é preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem sempre”.

É com trechos da poesia de José Saramago que a retrospectiva de 2023 narra como foi tecida a economia criativa pelas oito regiões de Mato Grosso do Sul ao longo do ano. Quando os criativos sul-mato-grossenses se apropriaram e discutiram o termo, o Estado viu nascer o MS + Criativo.

Afinal, o que é Economia Criativa?

Economia Criativa é a junção de três elementos: cultura, tecnologia e economia, tudo isso baseado na criatividade do talento humano. A partir desta tríade, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul criou, no primeiro semestre de 2023, a Superintendência de Economia Criativa para fomentar a potencialidade do setor.

Para alcançar os 79 municípios de MS, a pasta ligada à Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), dividiu o Estado em oito regionais: Oeste, Sul, Fronteira, Norte, Centro, Oeste e Costa Leste, onde foram realizados os encontros ao lado dos parceiros Sebrae, Sesc, Sesi e Prefeituras Municipais. 

“O primeiro plano de economia criativa de um estado brasileiro, feito de forma colaborativa e compartilhada. Junto com isso, nós realizamos o primeiro encontro estadual de economia criativa do Mato Grosso do Sul, e estamos encaminhando para a Assembleia Legislativa, um projeto de lei, para que esse plano estadual vire uma lei e possa ser cumprido e executado”, resume o superintendente de Economia Criativa do Estado, Décio Coutinho.

Pertencimento

Retrospectiva 2023: o ano em que MS se apropriou, discutiu e traçou planos para decolar na Economia Criativa
Encontro estadual apresentou plano MS + Criativo e contou com a participação de personagens como Fernanda Reverdito. (Foto: Álvaro Rezende)

Presente em toda a construção do Plano Estadual, Fernanda Reverdito tem como quintal a Casa da Memória Raída, em Bonito. Dentro da própria casa, a partir da garagem, foi que ela começou a juntar as histórias do município fundado pelo seu tataravô. Muito antes de ouvir falar em economia criativa, Fernanda já exercia o ofício, de reproduzir a ancestralidade de seu território.

“Se encontrar” na economia criativa foi consequência de seguir o coração, quando lá atrás ela percebeu que era disso que gostava, de ouvir, saber e compartilhar histórias.

“Viajava, fui para a Bahia, Minas, Goiás, e eu ia nos pequenos roteiros, e ali eu eu via e me reconhecia nessas pessoas. Então, eu acredito que já tem mais de 20 anos que eu sei um pouco daquilo que eu sou, por conta da memória ancestral das pessoas. Acredito que quando a gente sabe da gente, a gente é maior, a gente se inspira naquilo que a gente fala. Quando a gente não sabe da gente, é como se a gente fosse só qualquer coisa. Então, assim, um dos meus objetivos hoje é fazer com que aquele lugar, com que a gente saiba de nós, com que a gente saiba quem somos nós dentro desse antigo Mato Grosso, quem somos nós nessa fronteira do Brasil”.

Criatividade, Prosperidade, Sustentabilidade

Foi ouvindo as histórias das pessoas que a Superintendência de Economia Criativa percorreu as oito regiões do Estado não só uma, mas por duas vezes. Trajeto que envolveu bater às portas, apresentar o conceito, e retornar para escutar e coletar demandas.

“Tudo isso foi feito com muita criatividade, pensando num desenvolvimento próspero, num desenvolvimento regenerativo e sustentável. E de que forma que a gente acredita que isso pode acontecer? Como o Manoel de Barros nos diz, é preciso transver o mundo, ver o mundo com novas lentes, com um novo olhar, e quando o poeta nos provoca a fazer isso, é justamente o que a gente trata quando a gente vai para a comunidade e busca esse olhar dessa comunidade para o que existe lá, para o que é tão importante no Mato Grosso do Sul”, narra Décio.

Organizar e estruturar a economia criativa não é só pensar em infraestruturas, mas principalmente nas pessoas para que os seus territórios possam ser criativos. “Onde a gente tenha uma plataforma física e digital, um repertório de criatividade e diversidade visível, porque hoje existe esse repertório, mas em muitos lugares ele é invisível, e que a gente possa, através do MS + Criativo, ter um lugar de agregação de valores pelas práticas locais”, completa o superintendente.

Plano MS + Criativo

Retrospectiva 2023: o ano em que MS se apropriou, discutiu e traçou planos para decolar na Economia Criativa

Dividido em oito eixos: Gestão + Criativa, Qualifica + Criativa, Financia + Criativa, Mercado + Criativo, Inova + Criativa, Criativo Legal, Ambiente + Criativo e Pantanal + Criativo – Bioceânica + Criativa, o MS + Criativo foi construído a partir de levantamentos realizados nos oito encontros regionais. Em cada um dos eixos, é descrito quais são ações propostas e quais grupos serão trabalhados.

Apresentado no último dia 5 de dezembro, o Plano Estadual será submetido à aprovação Assembleia Legislativa, a meta é de dobrar o PIB da Economia Criativa do Estado, que hoje é de 0,8, e nos próximos quatro anos transformá-lo em 1,6.

Para o superintendente Décio Coutinho, a expectativa é de que o plano seja um ambiente de criatividade e de inovação. “Saindo de um modelo de um egosistema para um ecossistema, com as suas alvoradas despertando para os territórios criativos, as nossas cantorias e partidas, o mapa da jornada, cortejo, visitas, casas, pousos, entregas e celebrações. Assim, é o nosso giro criativo, que é focado na participação aberta e continuada, com muita interação e muitas trocas, constituindo redes vivas e inteligentes”.

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