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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Consumidores acreditam que não houve trégua na inflação dos alimentos

Parte deles teme uma nova disparada nos preços dos combustí­veis, que, gradativamente, passa por elevações de valores.

Joilson Xavier lamenta a elevação de preços nos alimentos – Foto: Elias LuzO anúncio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica (IBGE) sofre a inflação via índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao más de outubro, foi digerido com indiferença por quem realmente trabalha para sobreviver: o povão.

Oficialmente, a inflação do IPCA ficou em 0,47% em outubro, pulou para 4,49% no acumulado do ano e saltou para 6,52% nos últimos doze meses. Para a aposentada Vamona Silva, esse cálculo da inflação não traduz a realidade da população, principalmente porque nos alimentos os preços jamais baixaram.

A aposentada contou que ficou revoltada com as notí­cias de deflação nos dois últimos meses. “Imagine um produto que vale R$ 5, aí­ o preço aumenta para R$ 20, depois baixa para R$ 19 e em seguida cai de para R$ 18. Aí­ vem aquele o povo falando bonito na televisão dizendo que houve deflação, quando na verdade diminuí­ram um pouco o preço de um produto que vale bem menos”, esbravejou a aposentada, que considerou um absurdo os preços dos produtos de higiene e limpeza.

Quem também adotou um discurso semelhante foi microempreendedora Edna Rodrigues. Ela mora em Ladário e sempre que vem a Campo Grande aproveita para fazer compras, mas desta vez a história foi outra. “Sempre levo fardos de produtos, mas desta vez não var dar certo porque, em Campo Grande, os preços não estão nada em conta. Por isso, vou deixar para comprar na minha cidade. Lá, está menos caro”, lamentou.

Mais calmo, o funcionário público Francisco Corráa disse que se vá obrigado a acompanhar as “promoções” dos supermercados e, como mora perto de um, aproveita e vem todos os dias. “Tem o dia da carne, o dos hortifrútis e por aí­ vai. O jeito é comprar assim porque dói menos no bolso. O lado ruim disso tudo é que estão e obrigando a comer menos carne, porque o preço está salgado demais”, destacou.

Já o vigilante Joilson Xavier até enumerou os produtos que mais subiram de preços: carnes, produtos de limpeza, de higiene e, para sua tristeza, o feijão também está mais caro. “Não sei como isso vai terminar, mas não estou gostando nada dessa situação. Conheço muita gente que está trabalhando para comer e, mesmo assim, está comendo mal”, avaliou o vigilante.

Combustí­veis sobre em ritmo lento

Os preços dos combustí­veis estão subindo gradativamente. Pelo menos é que se vá nos postos de Campo Grande. Pesquisa da Agáncia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustí­veis (ANP) já tinha apontado esta tendáncia.

Na primeira semana de outubro, o litro de etanol custava R$ 3,38, subiu para R$ 3,41, depois para R$ 3,48, saltou para R$ 3,55 na semana da eleição e – na primeira semana de novembro – o preço ficou em R$ 3,56. No entanto, esta semana o valor saltou para R$ 3,79 í  vista e R$ 3,99 no cartão, na maior parte dos postos de combustí­veis.

A gasolina comum seguiu caminho parecido. Quem abasteceu em outubro começou pagando R$ 4,66, depois queda para R$ 4,63. A partir daí­ só vieram elevações: R$ 4,64, depois R$ 4,67 e agora o preço está em R$ 4,73, totalizando quatro aumentos no más. Já em novembro, o preço já se encontra em R$ 4,79 í  vista e R$ 4,99 no cartão.

No caso do óleo diesel tipo S10, o preço iniciou outubro com o litro valendo R$ 6,51, subiu para R$ 6,52, manteve-se por mais uma semana, depois subiu para R$ 6,54 e semana passada havia caí­do para R$ 6,52. Agora, o preço está em R$ 6,69. No óleo diesel comum, o litro custava R$ 6,34, subiu para R$ 6,53, caiu para R$ 6,45, depois para R$ 6,44. Semana passada se encontrava em R$ 6,39 e agora está em R$ 6,42.

Para Regiane Morais, gerente de um posto de combustí­vel na avenida Eduardo Elias Zaram, a tendáncia é de pequenos aumentos sucessivos que, por enquanto e no caso dela, os valores ainda não foram repassados para os consumidores. “Optamos por achatar a margem de lucro, mas na próxima alta de preços não vai dá para segurar os aumentos na gasolina e óleo diesel”, antecipou.

O também gerente de posto de combustí­vel Luí­s Fernando Paiva explica que a maior elevação de preços foi registrada no etanol. E, por isso, o preço da gasolina vai subir a reboque. “A maior subida de preços veio do etanol. Talvez algum problema de safra ou aumento no custo. Daí­, a consequáncia é o etanol mais caro. Como consequáncia, a gasolina também vai subir porque tem 27% de etanol”, explicou Paiva.

Fonte: Elias Luz/ Correio do Estado

2022-11-11 10:48:00

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