32.7 C
Amambai
quinta-feira, 28 de novembro de 2024

MPF fará intervenção após embate entre religiosos em aldeia de Tacuru

Mais uma casa de reza Guarani e Kaiowá é alvo de ataques no tekoha Rancho Jacaré, no municí­pio de Laguna Carapã, em Mato Grosso do Sul (MS). í‰ a terceira casa de reza incendiada nesse tekoha apenas em 2021. Foto: Povos Guarani e KaiowáApós recomendação da subprocuradora-Geral da República, Ana Borges Coálho dos Santos, a Procuradoria da República, em Naviraí­, iniciará processo de pacificação na Terra Indí­gena Jaguapiré, em Tacuru, a 427 Km de Campo Grande. Conflitos entre rezadores tradicionais e evangélicos tám causado problemas na comunidade, com acusações, inclusive, de incándios criminosos em casas de reza.

Conforme portaria do MPF (Ministério Público Federal), a procuradoria na cidade sul-matogrossense deverá acompanhar a implementação de medidas que conduzam os rezadores e os evangélicos da comunidade indí­gena â€œí  pacificação social, em especial quanto fixação dos horários dos cultos e ao volume do som utilizado”.

A princí­pio, a procuradora em MS, Paola Alves Ramos havia deliberado pela retirada de igrejas evangélicas da denominação “Deus é Amor” da TI, mas recurso encaminhado í  6ª Câmara de Coordenação e Revisão, da PGR em Brasí­lia, entendeu que a medida poderia, na verdade, causar ainda mais conflitos.

“A decisão outrora proferida (…) tem potencial deflagrador de conflito grave na região e desconsidera o direito fundamental í  liberdade religiosa”. A subprocuradora avalia ainda que “não há pedido nos autos de retirada das igrejas da TI Jaguapiré, mas tão somente do uso moderado dos alto-falantes nos atos de pregação”.

A medida é resultado de denúncia de 2019 feita pelos rezadores ao MPF em que constava a animosidade entre os indí­genas professantes de cada uma das crenças. Na ocasião, a reclamação gerava em torno do som alto produzido pela igreja evangélica neopentecostal, o que atrapalhava os rituais silenciosos das casas de reza, além de suspeita de que os cristão houvessem incendiado tais locais, o que não foi confirmado.

No voto pela aplicação de medida de pacificação na aldeia, a Ana Borges defende ainda atuação mais incisiva da Funai (Fundação Nacional do índio). “Seria oportuno que houvesse, da parte do órgão indigenista, uma melhor capacidade de atuar como mediador em situações potencialmente conflituosas”.

O pedido foi acatado pela procuradoria em Naviraí­, que atuará, especialmente, para fixar horários dos cultos evangélicos e a altura do volume do som utilizado nessas celebrações.

Fonte: Lucia Morel/ Campo Grande News

2021-11-29 09:20:00

Leia também

Últimas Notícias

Fale conosco Olá! Selecione um contato.