Super-heroína, Raísa Jara Gomes já era conhecida pela agilidade em andar de joelhos âcalçando crocsâ e, agora, é reconhecida como a Mulher-Maravilha da cidade de Coronel Sapucaia, distante 400 quilômetros de Campo Grande.
A menininha de 9 anos não esconde a felicidade de poder sair por aí exibindo a prótese. Ela chegou até a fazer as unhas dos pés, pintando, claro, de vermelho, uma das cores da heroína.
Foram anos até que a família, com ajuda de uma professora da escola de Raísa, fizesse contato com o Centro Especializado em Reabilitação da APAE de Campo Grande e assim recebesse a prótese.
Em agosto, Raísa recebeu a primeira, ainda ânormalâ e só agora, ao retornar de Coronel Sapucaia para a Capital que ela recebeu a prótese customizada de surpresa.
âEu achei linda. Foi uma surpresa lindaâ, diz timidamente, Raísa. Estudante do 3º ano do Ensino Fundamental, a menina diz que agora só vai usar vestido para exibir os super-poderes.
De nascença
Raísa tem uma malformação congánita e nasceu sem as duas perninhas e com os bracinhos amputados. Mas isso nunca foi impedimento para que ela deixasse de brincar ou perambular.
No próprio vídeo, Raísa mostra toda a desenvoltura em cima dos crocs, fato confirmado por ela mesma quando questionava sobre como se locomovia antes das próteses. âAndando normalâ, responde a criança.
âEla colocava o joelho e andava arrastando. Acostumou e ela domina que nem uma pessoa normal usa chineloâ, compara o pai de Raísa, Leonido Lopes Gomes.
Já em casa, na cidade de Coronel Sapucaia, Raísa pinta as unhas dos pés das próteses
Emoção
De família humilde, o pai conta que todos se emocionaram com a prótese da filha, principalmente quando Raísa começou a dar os primeiros passos, ainda com auxílio do andador.
âDesde o princípio, quando ela ganhou a prótese dela, eu já fiquei emocionado. A gente é pobre, não teria jeito se tivesse que comprarâ, explica.
Por enquanto a filha ainda não ganhou confiança total para caminhar com as próteses longas distâncias, mas cada pouquinho que consegue já é visto como vitória.
âCada dia ela está conseguindo caminhar maisâ, diz o pai.
De surpresa, as próteses ganharam as marcas da Mulher-Maravilha por iniciativa do auxiliar técnico ortopédico Dorival Daikon Vilalta, que ao saber da força de vontade de Raísa para andar, quis consagrar a menina com o título de heroína.
âO caso da Raísa mexeu muito com a equipe. A escolha da Mulher-Maravilha foi devido a história de superação dessa guerreira. í assim que vejo essas crianças e aprendo com elas todos os dias, a superar todos os obstáculosâ, descreve.
Em casa, o pai diz que a maior alegria do dia é começar a manhã com o pedido da filha para colocar as próteses. âFico muito emocionado em ver pela primeira vez a minha filha assim. Ela acorda, levanta para escovar os dentes e já me pede para colocar as próteses e fica andando. Estamos contentes por termos conseguido. A APAE mudou completamente a nossa vidaâ, agradece.
Fonte: Paulinha Maciulevicius, g1ms
2021-09-21 09:48:00