25.1 C
Amambai
sábado, 18 de janeiro de 2025

600 caminhões se acumulam há 15 dias na aduana de Mundo Novo/MS com balsas paradas no rio Paraná

O intenso fluxo de importações de soja do Paraguai para o Brasil já vem enfrentando problemas logí­sticos e há cerca de 600 caminhões parados há quase 15 dias na aduana de Novo Mundo, Mato Grosso do Sul. Cargas que saí­ram de Salto del Guairá, no Paraguai, tám de passar pelo posto sul mato-grossense para que a mercadoria seja verificada e lacrada e seguir para Guaí­ra, no Paraná, na sequáncia. 

No entanto, há apenas um fiscal em Novo Mundo fazendo a liberação das cargas e um processo que dura, normalmente, um dia está levando quase duas semanas. O aumento do fluxo de caminhões nesta rota se deu pelo não funcionamento da balsa no rio Paraná por conta do baixo ní­vel das águas. 

;Desde a semana passada, quando a balsa parou de cruzar o rio devido ao baixo ní­vel das águas, todos os despachos passaram para trânsito e isso aumentou muito a demanda. Hoje temos 600 caminhões entre aduana e fila. Na sexta-feira (passada) não foi liberado nenhum caminhão devido ao feriado que teve em Mundo Novo e desde lá não chegamos a 200 caminhões, uma média de 20 a 30 caminhões por dia;, explica Renato Sanches Marcato,  prestador de serviço í  Agiliza Transportes de Guaí­ra. 

Ao Notí­cias Agrí­colas, ele explica ainda que o ideal seria que o contingente aumentasse no posto de Mundo Novo para que a liberação pudesse ser mais rápida. ;Para podermos dar continuidade aos embarques via trânsito teriam que ser liberados, no mí­nimo, 100 caminhões por dia. Como está hoje vai demorar 30 dias para quem já está lá carregado, imagina para quem carregar. Ou seja, o motorista vai procurar outra fronteira para sair;, diz. 

Assim, Marcato afirma ainda que caso a situação não seja resolvida, contratos podem não ser cumpridos. ;Tenho situação de caminhão carregado há mais de 15 dias, sem previsão de saí­da para esta semana;, relata. 

Além disso, afirma ainda que a situação dos motoristas também é bastante difí­cil, já que se encontram em um local, onde se formam as filas, sem nenhuma estrutura. 

;O rio está muito baixo e foi determinado que todo o trânsito fosse feito por via terrestre, mas a demanda está muito maior este ano, é um momento diferente de outros anos;, explica Leandro Galvan, auxiliar administrativo da Agiliza Transportadora. ;E em Novo Mundo há apenas um fiscal para fazer todo o trâmite;.

As condições comprometem não só o andamentos dos processos logí­sticos, como também os pagamentos e os custos tám subido para todos os elos da cadeia, bem como aumentam também os prejuí­zos. Em aproximadamente dois meses, o valor médio dos fretes registrou um aumento de 200%. 

Além do problema na aduana de Novo Mundo, as condições climáticas também podem causar problemas ainda piores, já que o calor é intenso e chove na região. ;Isso pode acarretar mais problemas com o produto, que está em cima do caminhão, com calor e chuva ao mesmo tempo;, complementa Galvan. 

Segundo informações apuradas pelo Notí­cias Agrí­colas com despachantes que atuam neste eixo, a situação só começará a ser resolvida com a chegada de mais fiscais ao posto de Mato Grosso do Sul ou este cenário deverá se estender por meses. Além disso, o atraso previsto para a chegada da nova safra de soja do Brasil em função do atraso no plantio também pode agravar a situação. 

O atraso na chegada das mercadorias, principalmente soja e milho, já afetam os suinocultores e avicultores que tám encontrado na importação destes insumos alternativas frente í  falta de oferta e preços muito elevados no Brasil. Além disso, ambos ‘disputam’ espaço com outras cargas e também com o fluxo de exportação que entra por Mundo Novo, o qual também é intenso neste momento. 

;Além do aumento estratosférico dos custos logí­sticos, o resultado é a demora na internação do produto importado para atender í  premente demanda das integrações de aves e de suí­nos no Brasil – que compraram no exterior para ter o abastecimento de rações garantido neste perí­odo crí­tico. Os preços estão nas alturas e é extremamente urgente que esta matéria prima chegue a tempo nos locais de consumo em nosso território a fim de manter o abastecimento adequado e compatí­vel com a atividade;, explica Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.

Fonte: Carla Mendes/ Notí­cias Agrí­colas

2020-12-04 10:28:00

Leia também

Últimas Notícias

Fale conosco Olá! Selecione um contato.