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sábado, 23 de novembro de 2024

“Miami” do sul-mato-grossense corre risco de falir com 5 mil empresas fechadas

A pandemia do novo coronaví­rus aliada í  disparada do dólar no mercado brasileiro ameaça a sobreviváncia de pelo menos cinco mil empresas de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.

A “Miami” sul-americana para milhares de sul-mato-grossenses corre risco de faláncia em larga escala se o fechamento da fronteira e a proliferação de covid-19 persistirem por muito tempo.

A “quarentena inteligente” adotada pelo governo de Mario Abdo Bení­tez prevá a reabertura de pequenas lojas no dia 25 deste más, mas os grandes shoppings de importados seguem sem previsão de quando poderão reabrir as portas.

E pouco adiantaria voltar a funcionar com as fronteiras fechadas, já que o setor de importados dependente essencialmente dos turistas brasileiros. Ontem (18), o presidente paraguaio disse que escolas e fronteiras serão as últimas a serem abertas.

Desemprego – Como efeito dominó da crise do ví­rus, o desemprego cresce todos os dias em Pedro Juan Caballero. Dos 40 mil trabalhadores formais e informais que dependem diretamente dos turistas brasileiros, boa parte já foi demitida, segundo projeções de comerciantes ouvidos pelo Campo Grande News. O número oficial é desconhecido.

Na semana passada circularam boatos de que o Shopping China, maior loja de importados da América Latina, não abriria mais em 2020. Depois os rumores foram que de o fechamento seria para sempre. Só no Shopping China, são pelo menos trás mil trabalhadores que tiveram o contrato de trabalho encerrado.

Em conversa com o jornalista paraguaio Candido Figueredo Ruiz, baseado em Pedro Juan Caballero, o presidente do grupo Cogorno – dono do Shopping China e do Planet Outlet – disse que as lojas vão continuar fechadas enquanto durar a pandemia, mas não confirmou fechamento em definitivo. Felipe Cogorno Alvarez não projetou data para a reabertura, pois o setor de importados depende da fronteira aberta.

Para justificar as demissões, Cogorno Alvarez disse ao jornal ABC Color que 99% dos clientes do Shopping China são do Brasil, atualmente a nação com a maior infecção do ví­rus na América Latina. “Vai levar tempo para voltar ao que era antes. No momento o mais importante é salvar vidas”, afirmou o empresário.

Dólar â€“ O presidente da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero, Victor Barreto, disse ao Campo Grande News que a previsão é reabertura de lojas acima de 800 metros quadrados apenas em junho, mas para os shoppings não há data definida. Mesmo se reabrir, segundo ele, o dólar perto dos 6 reais no Brasil, inviabiliza completamente o comércio da cidade. “Muitas coisas não compensa mais para o brasileiro vir aqui comprar. Esperamos que o contágio diminua, que achem uma cura”.

Victor Barreto disse que atualmente apenas mercados, farmácias, serviços de saúde e outros setores considerados essenciais estão funcionando em Pedro Juan Caballero.

“Só no centro, entre pequenas, médias e grandes, são pelo menos 500 lojas fechadas. Contando as lojas dos bairros, chega a cinco mil fechadas. Só lojas de alimentos, farmácias e alguns prestadores de serviço estão atendendo”, afirma o dirigente comercial. “Os 600 camelôs e os 30 vendedores independentes cadastrados estão todos parados”.

Barreto estima de 35 mil a 40 mil pessoas que dependem direta e indiretamente do turismo comercial em Pedro Juan Caballero. “Estamos esperando a reabertura das lojas com menos de 800 metros quadrados no dia 25 de maio, como estabelece o decreto presidencial, e vamos de trabalhar com o mercado local, pelo menos para pagar os custos fixos. Boa porcentagem dos comerciantes não vai mais operar ou vai mudar de ramo”, avaliou Victor Barreto.

No iní­cio deste más, comerciantes paraguaios tentaram convencer o governo do paí­s vizinho a instalar acessos com barreiras sanitárias para permitir a entrada de turistas brasileiros, mas com a explosão dos casos de covid-19 no Brasil, o presidente Mario Abdo Bení­tez descartou o pedido e mandou aumentar o efetivo de militares na fronteira entre as duas cidades gámeas. Agora, esperam socorro financeiro do governo para tentar sobreviver durante a pandemia.

Fonte: Helio de Freitas/ Campo Grande News

2020-05-19 09:39:00

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