A Justiça do Trabalho de Mato Grosso do Sul bloqueou R$ 157 milhões de 36 empresas e um administrador de empresa para garantir o pagamento de cerca de 1.500 trabalhadores do Consórcio da UFN3, em Trás Lagoas. As dívidas passam de R$ 20 milhões e decorrem de contratos de emprego encerrados a partir de 2012.
Os valores bloqueados excedem o total das dívidas porque os devedores negam que as empresas envolvidas formem um grupo econômico. Dessa forma, cada empresa precisa garantir o pagamento integral da execução.
Os valores foram bloqueados esta semana pelo Núcleo de Execuções e Pesquisa Patrimonial do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região. O coordenador do núcleo, juiz Márcio Alexandre da Silva, explica que a atitude foi necessária porque os devedores estavam ocultando o patrimônio e quem os tinha usava medidas protelatórias para dificultar a execução da dívida.
A decisão envolve 409 execuções da 1ª e 2ª Vara do Trabalho de Trás Lagoas que foram unificadas em um processo. âA intenção é reduzir o tempo de espera dos credores para receber o direito reconhecido pela Justiça do Trabalhoâ, garante o juiz.
O bloqueio faz parte das ações da 8ª Semana Nacional de Execução Trabalhista que está sendo realizada esta semana. O evento reúne todos os tribunais do trabalho do país numa tentativa de garantir o pagamento das dívidas trabalhistas pelos devedores.
Nos trás primeiros dias, a Justiça do Trabalho de Mato Grosso do Sul arrecadou cerca de R$ 400 mil em acordos e sentenças para o pagamento de dívidas trabalhistas, além do bloqueio de bens relacionado a UFN3. Nesta sexta-feira, também serão realizados leilões judiciais de bens penhorados como imóveis, terreno, veículo, máquinas e materiais de escritório. Mais informações podem ser obtidas clicando aqui.
Uma das estratégias utilizadas pela Justiça do Trabalho durante a Semana de Execução é a âMaratona de Pesquisa Patrimonialâ. Estão sendo realizados estudos e ações de investigação de bens junto aos sistemas informatizados, como Bacenjud, Renajud e Serasajud, que permitem a busca de valores e de bens em nome dos executados. A perspectiva é garantir a constrição de patrimônio do devedor para assegurar o pagamento da dívida.
Durante a Semana Nacional de Execução Trabalhista de 2017, a Justiça do Trabalho de Mato Grosso do Sul arrecadou R$ 2.928.513,43 que foram pagos aos trabalhadores. Em todo o país, foram arrecadados mais de R$ 819 milhões, no ano passado. Desde 2010, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), em parceria com os 24 TRTs, realiza o esforço concentrado, voltado para a solução definitiva de processos na Justiça do Trabalho.
Fonte: Assessoria
2018-09-24 15:43:52